ELEIÇÕES 2018
Mirando o futuro - Doria: admirador de Macron, na França, e de Macri, na
Argentina. Seu prefeito-modelo é Bloomberg (Jefferson Coppola/VEJA)
O prefeito de São Paulo, João Doria, declara que
não deixará o PSDB e não disputará prévias para a candidatura
presidencial contra seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin.
Mas também diz que não se fará de rogado se o partido o escolher para
concorrer ao Palácio do Planalto. Em relação à definição do mês de
dezembro como prazo para a escolha do candidato tucano à Presidência, um
pleito de Alckmin que, sabidamente, desfavoreceu o prefeito, Doria
esquiva-se de tomar posição. “É bom para o PSDB ter um candidato
escolhido já no início do próximo ano”, diz. Em entrevista a VEJA, o
prefeito afirmou que suas incessantes viagens país afora decorrem de sua
função de vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos — e não de
sua condição de virtual candidato. Sobre inspirações na política, disse
mirar os presidentes Emmanuel Macron, na França, e Mauricio Macri, na
Argentina, “agentes transformadores” com “ideias novas, sentimento
patriótico, força e determinação para cumprir seus objetivos”. A seguir,
os principais trechos da entrevista.
O senhor vai deixar o PSDB? Sou filiado ao
PSDB desde 2001 e seguirei no PSDB. Minha filiação não teve nenhum
objetivo eleitoral. Em 2001 eu era um empresário, e só em 2016 disputei
prévias. Por esse histórico, não vejo razão para sair. Houve convites do
PMDB e do DEM, e de outros partidos também. Prefiro não mencionar
quais. Mas isso só me honra. Ninguém convida alguém para o seu partido
se não encontra valor e conteúdo nessa pessoa.
Por que todos creem que o senhor quer ser candidato à Presidência em 2018?
No fim do primeiro mês de governo, começaram a surgir esses rumores.
Logo na sequência, as pesquisas iniciais que foram feitas pelo
Datafolha, Ibope e Instituto Paraná já incluíam meu nome. Não tenho
controle sobre os institutos de pesquisa nem sobre o que fazem com meu
nome. Nós não temos estrutura de campanha, não compro pesquisa, não faço
nenhum esforço adicional para me colocar. Então, considero que isso
seja pela inovação na nossa gestão. Há uma ânsia na opinião pública por
transformação.
O senhor tem ambição de ser presidente?
Qualquer pessoa se sentiria honrada com essa perspectiva. Não vou dizer
que não me sentiria também. Mas não transformo isso numa meta nem em
obsessão. Entendo que temos um longo tempo pela frente e que aqueles que
hoje ocupam função no Executivo, como é o meu caso, precisam cuidar do
Executivo. O que mais pode me promover, endossar e referendar é uma boa
gestão na prefeitura. Sem isso, não haverá pesquisa nem público nem
ninguém que possa sequer considerar essa possibilidade. Não existe
nenhuma ilegitimidade nisso. Mas tudo a seu tempo.
Se o governador Geraldo Alckmin for atingido de forma definitiva pela Lava-Jato, o senhor vai se colocar como candidato?
Não tenho curso de leitura de mãos. Não posso fazer uma análise sobre
essa condição. O que sei hoje é que Geraldo é um homem decente, honesto.
Sobre uma eventualidade que possa ocorrer, fruto de Lava-Jato e de
investigações, prefiro não fazer previsões.
( Por
Ana Clara Costa/VejaAbril.com.br)
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