RIO DE JANEIRO Menina foi violentada e jogada em rio no Engenho Novo
Rio - O homem que matou a menina Agatha Nicole Silva
Victorino, de apenas 6 anos — que estava desaparecida desde às 17h desta
quinta-feira — se entregou à polícia na tarde desta sexta. Foi o filho
do suspeito, de 10 anos, que reconheceu o pai no vídeo em que ele
aparece jogando uma mala no rio. A criança contou o caso para os
familiares, que obrigaram o homem a se apresentar na 25ª DP (Engenho
Novo).
O homem teria aproximadamente 30 anos e é pai de três
filhos: dois meninos e uma menina. Ele também teria se separado
recentemente. De acordo com a prima do suspeito, J., ele era dependente
de crack.
Segundo o Delegado Fabio Cardoso, o
suspeito já foi preso por tráfico e tentativa de homicídio na região do
Meier (área 23 DP) e ganhou liberdade em 2008.
Cova em casa
Ainda
de acordo com a parente do suspeito, ele teria cavado uma cova dentro
de casa para enterrar a criança, mas não obteve sucesso e decidiu
colocá-la dentro de uma mala que pertencia aos seus filhos.
Segundo
o laudo do Instituto Médico legal (IML), Agatha sofreu abuso sexual
antes de morrer. Além do abuso, a criança morreu por afogamento, pois
quando foi jogada no rio ela ainda estava viva. O laudo também apontou
que a menina também tinha arranhões e marcas de pancadas na cabeça e que
sofreu asfixia.
De acordo com a mãe da criança, Luani da Silva Vitorino, ela conhecia o homem há quatro anos. "Ele pediu várias vezes para ficar comigo e era carinhoso com minha filha. Chamava ela de enteada e tudo! Ele era usuário de crack, entrou para igreja e se batizou. Eu quero perguntar se ele tinha raiva da minha filha ou desejo em mim", disparou.
"Tenho
mais de 16 anos como delegado e cinco anos como delegado da Delegacia
de Homicídios e esse caso foi um dos mais chocantes", disse Fabio
Cardoso, delegado titular da DH, que pediu a prisão temporária do
agressor ao Plantão Judiciário.
Crime choca a polícia
De
acordo com o delegado, o homem responderá por homicídio qualificado e
estupro e poderá pegar até 45 anos de prisão. "Ela era uma criança muito
amável e qualquer pessoa poderia ter pegado ela. Na mala em que ela foi
trancada existia bombons e biscoitos", contou Fabio.
Flavio da Silva, padrinho da menina, mostra o rio em que Agatha foi jogada
O corpo de Agatha foi encontrado pela mãe e vizinhos na
madrugada desta sexta-feira, em um rio no bairro do Engenho Novo, na
Zona Norte da cidade. A família contou que a menina estava brincando com
outras crianças na vila onde morava, por volta das 17h, quando foi
vista pela última vez. Segundo testemunhas, um homem chegou perto de
onde os pequenos estavam e chamou a menina. Depois, alguns vizinhos
relataram que o suspeito estava com uma mala.
"Não sei
o que motivou isso. Estava trabalhando quando a minha esposa ligou e me
disse que ela havia sumido. Eu falei para ela: 'veja se a Agatha está
na casa de algum morador, pois as vezes ela costumava ir'. Depois a
minha esposa respondeu que havia olhado em todas as residências e nada.
Depois veio a confirmação da moradora da rua que ela havia visto uma
mala sendo jogada no rio. Quando ele tacou fez um barulho muito forte.
Quando ela foi ver, a menina estava lá", contou Flavio Silva, padrinho
de Agatha.
(o Dia)
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