O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini , que considera Lula a 'maior liderança do país' (Luiz Alves/Agência Câmara/VEJA)
O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini, disse nesta quinta-feira que o partido só trabalha com o cenário que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato ao Palácio do Planalto em 2018, embora – diante da possibilidade de ele ser barrado por razões jurídicas – não descarte totalmente a hipótese de apoiar um nome de outra legenda.
“A gente não fecha a porta para outro candidato. Agora o nosso plano A, B, C, D e E é Lula candidato”, disse. “Não estamos trabalhando com a hipótese de ser outro candidato. [Lula] é o nome mais forte, mais viável eleitoralmente, politicamente é um camarada que é a maior liderança do país. Para a gente abrir mão do Lula e ficar discutindo plano B, não tem nenhum sentido”, acrescentou o deputado.
No dia 12 de julho, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, condenou o ex-presidente – líder nas principais pesquisas de intenção de voto para 2018 – por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo que envolve a compra de um tríplex no Guarujá (SP). Pela Lei da Ficha Limpa, Lula ficaria impedido de concorrer a cargo eletivo no próximo ano se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar a sentença dele até a eleição. Outra restrição é que, no caso de confirmação da sentença, o TRF-4 pode determinar a prisão de Lula.
Zarattini defendeu que Lula é “absolutamente inocente”. Para o deputado, a única prova no processo é a delação de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que acusou o petista de ser o dono oculto do apartamento. Segundo Zarattini, Pinheiro fez delação porque estava preso havia um ano, fora condenado a 23 anos de prisão e, idoso, iria passar o resto da vida na cadeia.
Zarattini afirmou que, embora seja cedo para falar de alianças para 2018, a tendência é que partidos que atualmente apoiam o governo do presidente Michel Temer (PMDB) não fiquem coligados com Lula. “Quem ficar com Temer para nós não interessa, porque nós somos oposição radical ao governo. Então, como é que vamos compor com alguém que está no governo?” questionou.
Desde a corrida de 2002, os candidatos do PT incluíram em suas coligações, além de partidos de esquerda, legendas de centro e até direita para estruturar as respectivas campanhas do partido a presidente.
Bolsonaro
O petista avaliou que o deputado Jair Bolsonaro (RJ), segundo colocado na pesquisa Datafolha de junho para a corrida ao Planalto, que recentemente decidiu se filiar ao pequeno PEN para ser candidato a presidente, corre o risco de não ter condições para viabilizar a sua campanha. Segundo Zarattini, Bolsonaro não vai ter “nenhum partido estruturado nacionalmente nem ter tempo de TV”. “Como ele vai fazer campanha para ser vitorioso? Nem sempre é possível fazer o impossível”, ironizou.O líder do PT citou o exemplo do atual prefeito de São Paulo, João Doria, que, apesar de não ser um político tradicional, tinha por trás o apoio da máquina do PSDB de São Paulo, partido que governa o Estado de São Paulo há mais de duas décadas.
O próprio Bolsonaro, no entanto, tem crescido nas pesquisas de opinião sem contar praticamente com o apoio de seu atual partido, o também pequeno PSC.
(Com Reuters)
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