BRASIL, POLÍTICA
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, em evento de Melhores e Maiores 2017 (Flávio Santana/Biofoto/EXAME.com)
São Paulo – “Nós temos hoje um Brasil que começa de fato a acordar”, disse hoje o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Ele discursou no encerramento da 44ª premiação de Melhores e Maiores de EXAME, realizada na Sala São Paulo, na região central da cidade, na noite desta segunda-feira (07).
“Não é objeto de desejo ou de observação superficial. Há
evidência suficiente para percebermos que a recessão já ficou para
trás”, disse Meirelles.
O ministro citou como evidências dados de crescimento de
vários setores na comparação entre o primeiro semestre de 2017 e o mesmo
período de 2016 – entre eles vendas de veículos (11,6%), produção de
têxteis (5,2%) e metalurgia (3,6%).
Outro dado positivo é o desemprego, que segundo o ministro
atingiu em março seu pico em termos dessazonalizados e já está
caindo. Houve aumento inclusive da massa salarial em junho na comparação
com o mesmo mês do ano passado, afirmou ele.
Mesmo ressaltando ser natural que alguns números sejam
conflitantes neste estágio da retomada, Meirelles citou um aumento de
3,7% nos investimentos industriais e de setor externo no 2º trimestre na
comparação com o 1º trimestre.
Isso seria um dos maiores sinais de que a retomada é fruto
de otimismo com o futuro e não de possíveis fatores artificiais como uma
bolha de crédito:
“Significa aumento de confiança e também que o Brasil continuará crescendo de forma sustentável”.
O ministro notou que uma série de reformas vem sendo
efetuadas, citando a aprovação do teto de gastos e da reforma
trabalhista, e afirmou que este ciclo deve ser concluído até o final do
ano, citando a reforma da Previdência e a Tributária.
O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator da reforma tributária na Câmara, disse nesta segunda-feira que espera votar o projeto ainda em agosto.
Já
a reforma da Previdência talvez fique para depois. Segundo levantamento
feito pela Bloomberg junto aos 26 partidos do Congresso, o governo tem
hoje entre 280 a 285 dos 308 votos necessários.
Meirelles disse que também está em andamento uma agenda
microeconômica em parceria com o Banco Mundial para elevar a
competitividade do país.
Entre as iniciativas estão a redução do tempo para abrir e
fechar empresas ou para registrar patentes, além de projetos como do
Cadastro Positivo e da Letra Imobiliária Garantida.
A Receita Federal anunciou nesta segunda-feira, 7, quatro medidas de simplificação tributária em convênio com Estados e municípios.
As iniciativas visam a reduzir o tempo gasto por empresas
com trâmites burocráticos e a promover a integração entre sistemas da
União e dos Estados e municípios.
Em 2016, o Brasil ficou na 123ª posição entre 190 países no ranking do Banco Mundial de melhores países para fazer negócios.
(Por
João Pedro Caleiro/Veja.Abril.com.br)
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