PREVIDÊNCIA
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse nesta quinta-feira que o ideal seria a aprovação da reforma da Previdência
conforme o texto que saiu da comissão especial, do relator Arthur Maia
(PPS-BA). Segundo ele, o governo não abre mão da idade mínima para a
aposentadoria e da regra de transição, dois dos pilares da reforma.
Pelo texto do relator, a idade mínima seria fixada em 65
anos para homens e 62 anos para mulheres. Hoje, o trabalhador pode se
aposentar sem a necessidade de atingir uma idade mínima.
Para Mansueto, é cada vez mais importante que a agenda de
reformas estruturais avance. No caso da Previdência, ele disse que os
líderes políticos conversarão nesta semana e na próxima com seus
partidos para ver, dentro do texto aprovado na comissão especial, onde
há consenso e onde não há.
A questão para o prazo de aprovação da reforma da
Previdência, disse Mansueto, vai depender do tempo que vai levar para
costurar o consenso político. “Uma vez que se fizer este acordo,
imediatamente pode se organizar a votação no plenário da Câmara.”
Mansueto afirmou que o ajuste fiscal não foi adiado para o
próximo governo e vai prosseguir. Ele ressalta que a despesa primária do
governo federal em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deve ser
menor em 2018, de 19,2%. No ano passado, ficou em 20%. “Em dois anos há
uma queda de quase um ponto do PIB.”
Já a receita em relação ao PIB vai cair neste ano e no
próximo, disse o secretário, destacando que o problema fiscal não é o
aumento da despesa, mas a queda da receita. A redução “grande e rápida”
da inflação, afirmou Mansueto, retirou R$ 23 bilhões da receita do
governo este ano.
Perguntado se o governo pode ter que rever a meta de 2018
novamente nos próximos meses, o secretário disse que no Orçamento o
governo foi muito conservador com a previsão de arrecadação.
Ao mesmo
tempo, as despesas previstas para o ano que vem estão no teto dos
gastos. Assim, disse ele, se a arrecadação surpreender em 2018, o
governo terá que necessariamente reduzir o resultado primário,
diminuindo o déficit . “Espero que a gente seja surpreendido”, disse. Já
se houver frustração com as receitas, o governo terá que cortar gastos.
(Com Estadão Conteúdo)
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