quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Médico é condenado a 175 anos por abuso sexual a ginastas. Nos Estados Unidos, Larry Nassar vai ficar, no mínimo, 99 anos em regime fechado

ABUSO SEXUAL
 Larry Nassar

Depois de uma semana de julgamento e depoimentos de 158 atletas, o ex-médico da Federação de Ginástica dos Estados Unidos Larry Nassar conheceu nesta quarta-feira sua sentença. Ele foi condenado a 175 anos de prisão por abusar sexualmente de atletas, a maior parte menor de idade. Ele ficará ao menos quarenta anos em regime fechado, tempo que começará a contar após os sessenta anos que já cumpre, pela condenação, em dezembro, por posse de pornografia infantil. Somadas as penas, ele só poderá pedir liberdade condicional em 99 anos – descontando o período que já está preso. Ele tem 21 dias para recorrer da decisão.

O julgamento era referente a sete dos seus crimes cometidos em Michigan, todos de abuso, mas a juíza Rosemarie Aquilina permitiu que todas as ginastas abusadas por Nassar comparecessem para prestar depoimento. O resultado foram longas e comoventes audiências, que tomaram conta do noticiário dos Estados Unidos até esta quarta.

Nassar, de 54 anos, já havia se declarado culpado por abusar de sete pessoas na região de Lansing, mas foram liberados os depoimentos de todas aquelas que quisessem acusá-lo no julgamento desta semana. Inicialmente, cerca de oitenta mulheres iriam falar em três dias, mas novas vítimas foram aparecendo. No total, foram 156 testemunhos em sete dias de audiência. Após as acusações iniciais de Rachael Denhollander, a primeira pessoa a tornar públicas as acusações contra Nassar, até campeãs olímpicas deram depoimentos pelos Estados Unidos, como Simone Biles, Gabby Douglas, Aly Raisman, Jordyn Wieber e McKayla Maroney.

As mulheres narraram que o médico as tocava com as mãos, sem nenhuma justificativa, quando estavam na maca de exames. Elas eram menores de idade quando os crimes aconteceram e explicaram que não se manifestavam na época porque confiavam em Nassar, por se negarem a aceitar o que ocorrera ou por medo de fazer uma denúncia.

(Por Estadão Conteúdo)

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