JULGAMENTO
Após a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
por unanimidade pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4), em Porto Alegre, sua defesa deve “internacionalizar” a questão.
Lula teve sua pena aumentada para doze anos e um mês de prisão.
O escritório Teixeira Martins confirmou a VEJA que o advogado australiano Geoffrey Robertson levará o tema à Organização das Nações Unidas (ONU)
na próxima segunda-feira. Robertson apresentará “mais provas à ONU
descrevendo as violações cometidas contra os direitos humanos de Lula”,
afirmou a assessoria do escritório.
Robertson é um “QC”, ou seja, “Queen’s Counsel”, um
“conselheiro da rainha”, categoria de advogados nomeados pela rainha da
Inglaterra que podem atuar nos mais de 50 países da comunidade
britânica.
“Lula é a maior figura que emergiu internacionalmente do
Brasil. Não dá imunidade, mas precisa de um olhar justo. Não acho que o
caso de Lula avançaria na Inglaterra. Não há evidência de que ele fez
qualquer coisa”, disse Robertson a jornalistas após o fim da sessão.
“Lula não teve um julgamento justo diante de Moro. Não tem a
ver com ser culpado ou não, mas com os procedimentos”, disse o
australiano.
O advogado também reclamou do presidente do TRF4,
desembargador Thompson Flores. “Eu fiquei preocupado com o comportamento
de Thompson Flores, o presidente”, disse se referindo à declaração de
Flores sobre a sentença ser irretocável. O advogado também citou o caso da chefe de gabinete de Flores, que pediu a prisão de Lula no Facebook.
Robertson atua na defesa de Lula desde 2016 quando a primeira denúncia foi levada à ONU por supostos abusos do juiz Sérgio Moro, no processo de primeiro instância.
(Por
Paula Sperb/Veja.Globo.com.br)
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