Mesmo em meio à seca que atinge o Rio Grande do Norte há mais de seis
anos, a Secretaria de Recursos Hídricos começou nesta segunda-feira (22)
as obras de desassoreamento do canal do Piató, em Assu, região Oeste
potiguar. Em período de cheia, o canal leva água para a lagoa do Piató,
que é o maior lago natural do estado, com capacidade de armazenamento de
96 milhões de metros cúbicos de água.
O complexo abastece pelo menos cinco comunidades rurais de Assu, onde
muitas pessoas viviam da pesca - realidade que mudou durante o período
de seca. As obras foram reivindicadas desde que o canal foi aterrado
pelas chuvas entre 2008 e 2009. Desde então, o rio ficou seco, mas
precisa estar aberto para quando as águas voltarem, abastecerem a
região.
"Com a sangria da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o canal ficou
aterrado e consequentemente não entrou mais água no local para que
alimentasse a lagoa, que passou a ser abastecida apenas por água de
chuva" explica Ivan Júnior, secretário estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos.
Sendo a maior lagoa natural do estado, a Piató pode servir como mais um
reservatório de água, ele ressalta, mas isso vai depender da chegada das
chuvas. Segundo o secretário, a perspectiva é que isso possa acontecer
este ano, ou até o próximo.
Ainda de acordo com Ivan Júnior, os serviços custam pouco mais de R$
2,5 milhões e têm previsão para acabar em 4 meses. A estimativa é de que
pelo menos 170 mil metros cúbicos de areia sejam retirados de dentro do
canal. O serviço não garante água na lagoa, mas é um reforço para a
chegada da chuva.
"O objetivo principal dessa obra, depois da desobstrução, é que
qualquer volume que o Rio Piranha Assú acumule, seja capaz de direcionar
a água ao Rio Piató" diz Carlos Alberto da Silva, topógrafo.
De acordo com o professor Aldo Cardoso de Lima, coordenador do grupo
ambientalista Lagoa Viva, um ofício foi enviado em 2016, ao governo do
estado, solicitando a desobstrução do canal e uma obra de engenharia
definitiva para o local. De acordo com ele, o anel do Piató é formado
por cinco comunidades, que abragem 570 famílias. São elas: Areia Branca
Piato, Olho D'agua, Bangüê, Porto Piato e Bela Vista Piato.
(Por G1 RN)
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