ELEIÇÕES 2018
Garibaldi Alves Filho pode trocar o Senado pela Assembleia Legislativa do RN em 2019
Considerado um dos políticos de mais fácil acesso da imprensa
potiguar, o senador Garibaldi Alves Filho, presidente estadual do MDB,
está em silêncio, justamente, quando jornais e blogs começam a apontar
que ele desistiu de disputar a reeleição para o Senado Federal. Contudo,
longe de ser uma decisão já tomada, a desistência é algo que estaria
sim sendo cogitada pelo parlamentar, pesando na tomada dessa decisão a
questão familiar, a idade e, claro, o aspecto eleitoral.
A questão
da idade pesaria pelo desgaste das idas semanas a Brasília e a agenda
apertada no Rio Grande do Norte. Além de ser um dos políticos mais
frequentes nas sessões do Congresso em Brasília, Garibaldi também tem
uma agenda apertada no Estado, presente não só em eventos políticos, mas
até em missas e aniversários. E, com isso, familiares também já começam
a cobrar uma agenda mais “tranquila” para o senador, de 71 anos.
A
família, inclusive, também pesaria por outro aspecto, ligado mais a
questão eleitoral. Desistir da reeleição seria aumentar a
competitividade da candidatura do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT),
primo dele, ao Governo do Estado. Pesquisas recentes apontam que a chapa
composta por Garibaldi, Carlos Eduardo e o senador José Agripino (DEM)
teria uma rejeição de 70% do eleitorado. E, segundo cientistas
políticos, boa parte dessa rejeição seria motivada pela presença de dois
“Alves” na chapa.
Além disso, abrir mão de disputar a reeleição
para o Senado, sem decidir ir para uma disputa pela Câmara dos
Deputados, seria para manter o projeto de reeleição do filho dele, o
deputado federal Walter Alves, também do MDB. E decidir ir para a
Assembleia Legislativa ajudaria, também, a reeleição de alguns deputados
estaduais do próprio partido, pela quantidade de votos que Garibaldi
teria na disputa – em 2010, quando se elegeu para o Senado, teve quase 1
milhão de votos.
Há quem aponte, também, que além de todas essas
questões, o ponto judicial também estaria pesando na decisão do senador.
Hoje, Garibaldi Filho é alvo de uma denúncia no Supremo Tribunal
Federal por envolvimento em desvios de recursos da estatal Transpetro e o
fato de, na ação, estarem outros caciques do MDB, como Romero Jucá,
faria o potiguar está com receio de ser condenado “no bolo” de réus.
E
caso deixasse de ser senador e fosse eleito deputado estadual,
Garibaldi forçaria o envio do processo para o Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Norte, onde ele poderia ter mais influência (e o processo
teria, também, uma tramitação mais longa pela frente).
SILÊNCIO
A
ideia de desistência de Garibaldi Alves Filho teria espaço novamente
diante da declaração do prefeito Carlos Eduardo no início da semana, de
que o projeto de reeleição do senador não estaria garantido. “O que eu
tenho ouvido do senador Garibaldi e do senador Agripino é que eles não
têm candidaturas definitivas a reeleição. Eles podem não ser candidatos.
Isso eles têm colocado para mim”, afirmou Carlos Eduardo.
Após a
declaração, o senador foi procurado, mas não quis se pronunciar. Nem via
assessoria de imprensa, mostrando que se trata de um momento raro na
trajetória de Garibaldi, sempre tão solicito com a imprensa. Isso acabou
reforçando as notícias repassadas por fontes, de que a dúvida realmente
existe na cabeça do senador.
(AgoraRN)
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