OU PAGA, OU MORRE.....
Milicianos e traficantes trocaram tiros nesta segunda-feira Foto: Reprodução TV Globo
Os paramilitares que agem na Favela da Chacrinha, na Praça Seca, Zona
Oeste do Rio, têm uma tabela de valores cobrados como “taxa de
segurança” de moradores e comerciantes nos bairros Quintino e Cascadura,
para onde ampliaram seu domínio, na Zona Norte. Moradores de cada
apartamento ou casa da região são obrigados a dar R$ 30 por mês,
recolhidos sempre na primeira semana. Já comerciantes pagam R$ 40 por
semana, segundo investigações da Polícia Civil e relatos de moradores.
A
disputa territorial entre milicianos e traficantes na Praça Seca ganhou
mais um capítulo nesta segunda-feira. Um grupo de paramilitares foi
flagrado pelo helicóptero da “TV Globo” tentando invadir a favela Bateau
Mouche, dominada pelo tráfico. Após uma troca de tiros na comunidade,
homens armados com fuzis e pistolas entraram em três carros e fugiram
pela Rua Cândido Benício, a principal da região. As imagens mostram
alguns dos integrantes do bando apontando armas para motoristas para que
o grupo pudesse atravessar a via. O BRT Transcarioca, que cruza a área
ligando a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, chegou a
fechar.
Os milicianos saíram do Morro da Chacrinha para tentar retomar o
controle da Bateau Mouche, que já foi dominada pelos paramilitares. No
caminho, deixaram uma granada, que foi detonada mais tarde pelo
Esquadrão Antibombas. Uma moradora foi ferida por uma bala perdida
durante o confronto.
Desde o início de fevereiro, os tiroteios
entre os dois bandos na região têm sido quase diários. No último mês, a
milícia sofreu um golpe: seu chefe, Horácio Souza Carvalho, foi preso
por policiais civis no fim de fevereiro num apartamento na Barra da
Tijuca. Com o miliciano, os policiais encontraram R$ 214 mil, além de
apreender um carro importado blindado em nome de outra pessoa.
A
disputa entre traficantes e milicianos na Praça Seca se intensificou
após uma traição. Hélio Albino Filho, de 45 anos, conhecido como Lica,
era um dos chefes da milícia da Chacrinha e se aliou à maior facção do
tráfico do Rio para ajudar na invasão à Bateau Mouche.
Lica foi
preso em 27 de junho de 2012 e, quase quatro meses depois, em 13 de
outubro, voltou às ruas, beneficiado por uma decisão do ministro Marco
Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em fevereiro, uma
operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas
(Draco), em Campinho, terminou com dois milicianos mortos. Após a ação, a
milícia ordenou que um ônibus fosse incendiado no bairro.
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