Lula discursa em Curitiba (Vagner Rosário/VEJA)
No discurso que marcou o encerramento de sua caravana pelo Sul do país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou,
na Praça Santos Andrade, centro de Curitiba, os tiros disparados contra
sua comitiva. “Eu nunca vi tanto ódio na minha trajetória política.
Começaram trancando estrada e jogando ovo e terminaram dando tiro”,
disse. Na terça-feira, dois ônibus do comboio do petista foram atingidos
por disparos. O ataque aconteceu em Espigão Alto do Iguaçu, Centro-Sul
do Paraná.
Disputa eleitoral
Sobre o cenário para 2018, Lula declarou que a disputa eleitoral será “da esquerda contra a extrema direita”. “Vamos disputar contra aquele que eu prefiro nem falar o nome”, disse, em referência ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL).
Falando como candidato à Presidência,
Lula, que em tese está impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa,
afirmou que o “PSDB não tem candidato e que o MDB não tem candidato.
Eles não têm nome para ir para a eleição e estão nervosos porque eu só
subo nas pesquisas.” O presidenciável tucano será o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin, e os emedebistas ainda não definiram se terão
candidatura própria ao Planalto.
Lava Jato
A Operação Lava Jato foi outro grande
alvo de críticas do ato petista. Condenado em segunda instância no caso
do tríplex, Lula disse que está sendo vítima de “mentiras” criadas pela
Polícia Federal, pelos procuradores da operação e pelo juiz Sergio Moro.
O deputado Paulo Pimenta chegou a declarar que “Moro e os promotores
Deltan Dallagnol e Carlos Fernando Lima ainda iriam sentar no banco dos
réus”.
O ato contou com a participação de
políticos de outras legendas de esquerda, como os pré-candidatos à
Presidência pelo PSOL e pelo PCdoB, Guilherme Boulos e Manuela D’Avila.
Ao comentar os disparos contra os ônibus da caravana, Boulos atacou
Bolsonaro. “A gente não sabe o nome do fulano que puxou o gatilho mas a
responsabilidade é toda desse senhor Jair Bolsonaro, esse bandido e
criminoso.”
A Polícia Militar (PM) não forneceu o
número de participantes do evento. A menos de uma quadra de onde Lula
discursava, integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e de outros
grupos protestavam contra o ex-presidente. Dois cordões de isolamento
feitos pela PM separavam os grupos rivais. Apesar das hostilidades, não
houve confronto.
(Por
Guilherme Voitch/Veja.Abril.com.br)
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