Imagem de vídeo mostra forças dos EUA nos arredores da cidade síria de Manbji, em 7 de março — Foto: Arab 24 network, via AP
A coalizão internacional antijihadista dirigida pelos Estados Unidos
anunciou, nesta sexta-feira (11), o início da retirada das tropas da Síria, onde auxiliavam na guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Além dos Estados Unidos, participam da coalização: Canadá, Austrália,
França, Reino Unido, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Turquia e vários
países árabes.
O porta-voz da operação, o coronel Sean Ryan, afirmou que não
mencionaria "prazos, locais ou movimentos de tropas" devido à
preocupação com a segurança operacional.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que acompanha a guerra
síria, afirmou que a retirada de blindados e caminhões militares da
cidade de Rmeilan para o Iraque começou na noite de quinta-feira (10).
A confirmação das primeiras saídas de militares do país acontece em
meio à confusão sobre os planos para implementar a decisão do presidente
americano, Donald Trump, de retirar suas tropas da Síria e as ameaças
da Turquia de atacar os curdos - parceiros dos EUA na guerra contra o
Estado Islâmico.
Retirada das tropas americanas
A decisão abrupta de Trump de retirar de cerca de 2.000 soldados americanos mobilizados para lutar contra o Estado Islâmico, anunciada em dezembro, surpreendeu até mesmo políticos americanos. O então ministro da Defesa americano, James Mattis, e o principal enviado dos EUA para a coalizão, Brett McGurk, pediram demissão ao tomar conhecimento dela.
A medida, que desestabiliza alguns aliados regionais americanos, é
vista como uma prova das contradições da estratégia de administração do
governo Trump para o Oriente Médio- ou mesmo da falta de estratégia,
segundo seus críticos.
A retirada pode ser vista como favorável ao regime de Bashar Al-Assad, o
presidente sírio inimigo dos EUA e aliado do Irã e da Rússia. Ela
também parece contradizer a intenção declarada americana de frustrar a
influência do Irã na região e de proteger Israel.
Na quinta-feira (10), o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo,
defendeu a decisão de Trump e negou qualquer "contradição" na estratégia
do presidente americano para a região. Ele também prometeu que seus
aliados curdos, que controlam uma faixa do nordeste da Síria, serão
protegidos.
Ameaça turca
A Turquia ameçou lançar uma ofensiva no norte da Síria contra as
milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG), que são aliadas
americanas no combate ao Estado Islâmico. Ancara as considera
"terroristas" por causa de seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores
do Curdistão (PKK), que trava uma guerra no território turco desde
1984.
(Por G1)
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