NOVO GOVERNO
As empresas são contra o tabelamento do frete e entraram com ações no
Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo inconstitucionalidade da
medida (Ueslei Marcelino/Reuters)
A equipe do presidente Jair Bolsonaro
está criando ferramentas de tecnologia da informação para tentar
desatar o nó no transporte rodoviário de cargas. A ideia é usar
aplicativos semelhantes ao Uber para conectar empresas e caminhoneiros.
“Hoje, o embarcador paga caro pelo frete e o caminhoneiro recebe
pouco”, diz o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
“Então, tem um problema no meio do caminho, os atravessadores, que vamos
tentar eliminar.”
Independentemente da nova ferramenta, o governo Bolsonaro manterá uma
tabela com preços mínimos do frete. Como diz a lei aprovada pelo
Congresso no ano passado, serão valores suficientes para cobrir os
gastos operacionais dos caminhoneiros, principalmente com óleo diesel e pedágios.
As propostas serão apresentadas a caminhoneiros e empresas na próxima
semana. “Não temos tempo a perder”, destacou Freitas. “Estamos
otimistas, porque está todo mundo disposto a discutir a tabela,
incluindo o setor produtivo.” Segundo ele, há três ou quatro soluções
tecnológicas que serão apresentadas.
As empresas são contra o tabelamento do frete e entraram com ações no
Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo inconstitucionalidade da medida.
Há três ações sob a relatoria do ministro Luiz Fux, sem data para
julgamento. Elas reclamam de prejuízos com o aumento do custo do
transporte e caminhoneiros ameaçam nova greve se o tabelamento for
revogado. Se nada for feito, o conflito deve se acirrar a partir de
fevereiro, com o início da colheita da safra agrícola. O governo quer o
fim do impasse antes disso.
A lei prevê que a tabela de frete deve ser revista e reeditada dias
20 de janeiro e 20 de julho. A próxima versão é a oportunidade para
lançar um conjunto de tabelas possível de ser cumprido por ambos lados.
Os preços em vigor foram fixados na correria, para encerrar a greve, e
até mesmo os caminhoneiros admitem erros.
Leilões
A área de infraestrutura deve também se beneficiar de um trabalho já feito pela equipe de Michel Temer,
com leilões, ainda no primeiro trimestre, para concessão de uma
ferrovia, 12 aeroportos e quatro terminais portuários. Juntos, eles
mobilizarão investimentos estimados em 7 bilhões de reais. As taxas de
outorga que serão pagas pelos vencedores dos leilões ao governo somam
4,5 bilhões de reais.
“Finalmente a Norte-Sul irá para a iniciativa privada”, diz o
ministro. O trecho cuja concessão será leiloada tem 1.537 km e vai de
Porto Nacional (TO) a Estrela d’Oeste (SP). O início da operação da
ferrovia vai evitar a depreciação do ativo, avalia ele.
Há também pelo menos três inaugurações para o período: um trecho da
BR 235 na Bahia, o aeroporto de Vitória da Conquista (BA) e o novo
terminal de passageiros do aeroporto de Macapá (AP).
Conforme informou o
Estado, Freitas deve autorizar este mês o início de estudo para nova
concessão do aeroporto de Viracopos, caso isso seja necessário.
Nos 100 primeiros dias, o governo deve publicar ainda o edital de
licitação da concessão dos trechos das BRs 364 e 365, entre os
municípios de Uberlândia (MG) e Jataí (GO). Também abrirá consulta
pública para nova licitação do trecho da BR 153 em Goiás e Tocantins.
Quer ainda enviar ao Tribunal de Contas da União estudos para
concessão da Ferrogrão, ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA) e concluir o
relatório da audiência pública da concessão da Ferrovia de Integração
Oeste-leste (Fiol), na Bahia.
(Por
Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário