FINANÇAS
Secretário estadual de Planejamento, Aldemir Freire
A governadora Fátima Bezerra iniciou esta semana uma corrida pela
obtenção de recursos extraordinários e, com isso, conseguir pagar o
débito acumulado em quatro folhas salariais pendentes do governo
Robinson Faria. A atual gestão prevê o recebimento de R$ 1,1 bilhão
através da antecipação de fontes de receita, como o adiantamento dos
valores dos royalties do petróleo.
Segundo o secretário estadual de Planejamento e Finanças, Aldemir
Freire, o governo vai antecipar os royalties do petróleo até o fim da
atual gestão (R$ 500 milhões); vender a folha salarial dos servidores
para uma nova instituição financeira (R$ 240 milhões); e buscar os
recursos da cessão onerosa do pré-sal (R$ 400 milhões). “Nós acreditamos
que este bolo de receita é suficiente para honrar os compromissos da
dívida com os servidores”, explica.
A quantia é superior ao débito total de R$ 1 bilhão com os mais de
100 mil integrantes da folha salarial do estado – somando servidores da
ativa, aposentados e pensionistas. A soma inclui parte do 13º de 2017 e
do salário de novembro, além das folhas integrais de dezembro e o 13º
salário de 2018.
Além disso, a gestão vai tentar antecipar receitas do fundo
compensação salarial dos servidores. Este montante, entretanto, ainda
não tem um valor definido, pois segue em estudo pela equipe econômica
estadual. “Nosso objetivo prioritário agora é garantir o mínimo de
previsibilidade do pagamento dos servidores. Queremos que esta ‘bola de
neve’ pare de crescer. É preciso conter o avanço das dívidas do Estado”,
relata Aldemir Freire.
A primeira ação para receber recursos extraordinários será a
antecipação dos royalties do petróleo. O Governo conseguiu cerca de R$
100 milhões em 2018, mas os recursos estão parados em razão de uma ação
judicial. A equipe econômica espera conseguir ainda no primeiro
trimestre os royalties até o ano de 2022. O montante total está
calculado em R$ 500 milhões. “Vamos buscar antecipar estes valores de
todo o mandato, mas precisamos de autorização da Assembleia
Legislativa”, aponta.
Ainda de acordo Aldemir Freire, a governadora Fátima Bezerra ainda
não definiu se fará uma convocação extraordinária da Assembleia
Legislativa para apreciar o adiamento dos royalties do petróleo. Os
trabalhos da assembleia legislativa serão retomados a partir da segunda
quinzena de fevereiro.
Outra fonte de dinheiro será obtida com a venda da folha de
pagamentos do Estado. Atualmente, a conta é administrada pelo Banco do
Brasil. Segundo Aldemir Freire, o negócio pode representar R$ 240
milhões.
Na próxima sexta-feira, 11, a equipe econômica participará de um
encontro com integrantes da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em
Brasília, para discutir os efeitos do estado de calamidade financeira do
Rio Grande do Norte. O encontro também vai servir para que o governo
estadual discuta o recebimento de recursos da cessão onerosa do pré-sal.
“Nós vamos discutir o decreto de calamidade e vamos levar algumas
propostas, como é a necessidade de o Rio Grande do Norte receber os
recursos da cessão onerosa, porque é um valor muito importante.
Esperamos que o governo Federal autorize isso ainda neste primeiro
trimestre”, detalha o secretário.
O valor total com a cessão é estimado em R$ 100 bilhões, sendo que os
governos estaduais poderão receber até 10% desta quantia. O Rio Grande
do Norte, de acordo com a previsão estadual, terá uma cota de R$ 400
milhões. “Eu prefiro que repasse mais, pois se repassar R$ 20 bilhões
será melhor ainda”, conclui.
(Jalmir Oliveira/AgoraRN)
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