CRIME
'UNIÓN' - Cadeia em Tacumbú: o PCC faz campanha para recrutar membros (Norberto Duarte/AFP)
Bandidos organizados controlam atividades como o tráfico de drogas e
dominam os presídios, ordenando de tempos em tempos massacres de outras
facções, em uma escalada de crueldade cada vez maior. Parece o Brasil,
mas é o Paraguai, país-chave no tabuleiro do tráfico de drogas, para
onde o Primeiro Comando da Capital (PCC) estendeu seus braços nos últimos tempos.
Em uma das confusões mais recentes provocadas pelo grupo no
país vizinho, dez detentos acabaram mortos em 16 de junho na cadeia de
San Pedro de Ycuamandiyú, a 250 quilômetros da fronteira com Mato Grosso
do Sul. Cinco foram decapitados e três tiveram o corpo queimado.
Execuções do tipo, dignas de filmes de terror, representavam uma
novidade por lá — até a chegada dos criminosos brasileiros com seus
métodos. Em 14 de agosto, o Ministério Público paraguaio concluiu que 28
membros do PCC haviam planejado a carnificina. “Eles queriam mandar uma
mensagem clara de demonstração de força para uma gangue rival”, disse a
VEJA a procuradora Alicia Sapriza, que integra uma força-tarefa contra o
crime organizado no país.
Investigações do Ministério Público paraguaio mostram que o PCC está
fazendo uma campanha agressiva de filiação em presídios do país vizinho.
Dos 28 denunciados pelo MP, apenas cinco eram brasileiros. Folhas de
papel encontradas nas celas de San Pedro obtidas por VEJA mostram
anotações com a contagem de “irmãos” e planos de expansão. Em
aplicativos de mensagem, a procuradoria descobriu até uma versão do
estatuto do PCC em espanhol, que prega “la unión” de todos os presos contra o “sistema opressor”.
(Por
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