INDULTO
O presidente da República, Jair Bolsonaro (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)
O presidente Jair Bolsonaro (PSL),
disse, nesta quinta-feira 29, em transmissão nas redes socais, que o
próximo indulto de Natal será utilizado para beneficiar policiais presos
“injustamente”. “Vou escolher alguns colegas policiais que estão presos
injustamente. Presos por pressão da mídia. Espero que o pessoal me
abasteça de nomes” afirmou o presidente.
O indulto é concedido por
decreto presidencial para perdoar presos condenados a determinados
crimes não violentos. Em 2018, o ex-presidente Michel Temer desistiu de editar o decreto,
pois o Supremo Tribunal Federal (STF) não havia julgamento validade do
decreto que assinado no ano anterior, que reduzia as restrições e
incluir condenados por corrupção entre os beneficiados. Em maio deste
ano o Supremo declarou constitucionalidade do indulto de Temer.
Abuso de autoridade
Bolsonaro disse que “bons artigos” da
Lei de Abuso de Autoridades devem ser mantidos. O presidente lembrou que
o ministro da Justiça e Segurança Pública já propôs vetos sobre alguns
pontos. “A gente vai analisar e vamos decidir”, disse Bolsonaro. O
presidente tem até 5 de setembro para definir vetos sobre o projeto.
Projeto anticrime
O presidente disse que aguarda a
aprovação do projeto anticrime de Moro no Congresso. E sinalizou que
enviará depois um projeto do governo sobre retaguarda jurídica, que ele
negou ser uma “carta branca para matar”. “Permite ao policial, ao
terminar uma missão, ser condecorado e não processado.”
Bolsonaro disse que ainda não
apresentou o projeto “para não complicar”. “É complicado muitas vezes o
tratamento com o Legislativo. Começa a ter reações com um projeto e o
outro e não vai para frente”, afirmou.
Moro
O presidente voltou a sinalizar
alinhamento com o ministro Moro. Disse que tem “responsabilidade” sobre o
ministro, mas que ele não é “subordinado nem empregado, é
colaborador”.
O presidente disse que pode ter
divergências com o ministro sobre “alguma coisa que a gente gostaria que
fosse feito”. No entanto, “a imprensa potencializa” estes casos,
afirmou. “Não tenho nenhum problema com Moro”, disse.
Numa espécie de ato público de
desagravo após desentendimentos recentes, o presidente Bolsonaro e o
ministro da Justiça participaram nesta quinta-feira, 29, lado a lado, de
evento no Palácio do Planalto. Em seu discurso, o presidente se referiu
ao auxiliar – que chegou a ter o status de “superministro” – como
“patrimônio nacional”. O gesto público de trégua destoa do tom adotado
por Bolsonaro nos últimos dias em relação a Moro.
(Por Estadão Conteúdo)
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