INQUÉRITO
Condomínio Vivendas da Barra - Armando Paiva / Agência O Dia
Rio - A Polícia Federal (PF) no Rio abriu, nesta quarta-feira, um
inquérito para investigar o depoimento prestado por um dos porteiros do
condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem uma casa, na Barra
da Tijuca.
O pedido de abertura de investigação foi feito pelo Ministério Público Federal no Rio (MPF-RJ)
e vai apurar se o porteiro mentiu em depoimento prestado nas
investigações do caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol)
e do motorista Anderson Gomes, ocorrido no dia 14 de março do ano
passado. A investigação vai apurar o cometimento dos crimes de obstrução
de Justiça, falso testemunho e denunciação caluniosa.
Na semana passada, o Jornal Nacional, da TV Globo, noticiou que registros do condomínio Vivendas da Barra, e também o depoimento de um dos porteiros à Polícia Civil,
deram conta de que um dos suspeitos do assassinato, o ex-policial
militar Élcio Queiroz, esteve, horas antes do crime, na casa do sargento
aposentado da PM Ronnie Lessa, suspeito de ser o executor da ação, que
mora no local.
Segundo a reportagem, em depoimento, o porteiro
informou que Élcio anunciou que iria não à casa de Lessa, mas à de
número 58 do condomínio, que é a residência de Bolsonaro no Rio. Ainda
segundo o telejornal, em seu depoimento, o porteiro afirmou ter
interfonado para a casa do então deputado federal e que "Seu Jair"”
havia autorizado a entrada do visitante.
Acusados pelo assassinato de Marielle dizem que naquela noite viram jogo do Flamengo na TV de um bar
No
entanto, registros de presença da Câmara dos Deputados demonstram que
naquele dia o então deputado estava em Brasília. Para o Ministério
Público estadual (MPRJ), o porteiro mentiu sobre a ligação para a casa da família do presidente.
Após
os acontecimentos, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio
Moro, pediu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a abertura
de um inquérito para apurar "todas as circunstâncias"” da citação do
nome do presidente. Em seguida, Aras remeteu o pedido para o MPF-RJ, que
pediu a abertura do inquérito à PF. Na mesma decisão, o
procurador-geral arquivou a citação por entender que não havia
evidências de crime.
(Por
Agência Brasil)
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