ESPORTE
O senador Romário (Geraldo Magela/Ag. Senado)
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em votação nesta quarta-feira 27, o projeto clube-empresa,
que tem como principal objetivo incentivar os times brasileiros a
saírem do modelo de associação civil para o de empresa. A medida contou
com 246 votos favoráveis, 94 contrários e 2 abstenções. A medida vai
para o Senado, onde o ex-atacante Romário (Podemos-RJ) será o relator na próxima semana. Se aprovado, será sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O projeto clube-empresa ganhou caráter de urgência com 329
votos favoráveis na última terça-feira. Com isso, não precisou passar
por comissões e teve apressada a votação em plenário. O relator do
projeto, Pedro Paulo (DEM-RJ), disse que conversou com dirigentes de
diversos de clubes e teve o projeto defendido pelo deputado Hildo Rocha
(MDB-MA). “Foi um gol de placa. Sem dúvida nenhuma os calotes
praticados… os clubes devem bastante…. Sem dúvida nenhuma nós vamos… sem
dúvida nenhuma nós vamos acabar com a dívida que os clubes têm.”
Pedro Paulo também destacou as emendas que foram acatadas ao
projeto, como a proposta em que possibilita os clubes-empresa a
reduzirem de 5% para até 4% a alíquota de impostos se destinarem
investimentos às categorias de base do futebol feminino (desconto de
0,5%) e também ao esporte em comunidades carentes.
O Psol foi o único partido que se colocou contrário ao projeto.
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) pediu que a medida tivesse votação
adiada para ser melhor debatido. “Essa matéria deveria estar sendo
discutida com a sociedade brasileira, não com votação de urgência, sem
que parlamentares tivessem oportunidade de avaliar item por item e ponto
por ponto. Não gostaria de votar sem o envolvimento da maior parte dos
torcedores do Brasil Lamento que o futebol esteja sendo transformado em
uma mercadoria”, disse.
Outro ponto criticado por Braga foi ironizar o caráter optativo
da mudança de associação civil para empresa, atraído pelo benefício de
ter a dívida refinanciada. “Só adere quem quer? Quem não aderir vai
perder a oportunidade de renegociar sua dívida no Refis. Só terá a
dívida negociada quem aderir.”
(Com Estadão Conteúdo)
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