ESPETACULAR!
Rio - Quase cinco mil quilômetros separam o Estádio Monumental de Lima,
palco da final da Copa Libertadores, e o estádio do Maracanã, principal
palco da campanha histórica do Flamengo na competição continental deste
ano. Nem por isso o mais icônico estádio do País deixou de viver a sua
decisão de Libertadores. Pelo menos 30 mil pessoas foram ao estádio
assistir à decisão e, depois de um início tenso, fizeram uma apoteose.
Doze
telões espalhados no interior do Maracanã - oito deles no entorno do
gramado, o que direcionava o olhar da torcida das arquibancadas para o
campo - deram um ar de jogo ali mesmo, onde o Flamengo jogou seis
partidas da competição.
"É como se o jogo fosse aqui, mas um
pouco mais tenso, porque dá para ver os replays, rever os erros. E o
primeiro tempo foi uma porcaria", comentou Letícia Medeiros, de 25 anos,
no intervalo da partida. "Está muito parecido com um jogo no Maracanã,
mas o gol que a gente tomou fez a torcida ficar mais quieta", opinou
Leandro Especier, de 24 anos.
A opinião da torcida ao fim dos
primeiros 48 minutos de jogo espelhava bem o clima do Maracanã. O gol de
Borré, que abriu o marcador para o River Plate aos 14 minutos, fez o
estádio ficar num silêncio como há muito não se via. Do clima de festa
que se fez desde o início da tarde, graças a shows de Ludmilla, DJ
Marlboro, Buchecha e Ivo Meirelles, o que se viu depois daquele gol
argentino foi uma quantidade infindável de gente roendo unhas e
franzindo o cenho.
O retorno promissor do Flamengo para o segundo
tempo, em Lima, deu nova cara de jogo ao Maracanã. O chute de Gabriel
Barbosa logo a um minuto, mesmo que fraco, devolveu esperança à torcida.
Aos poucos, o estádio carioca foi se inflamando. A torcida passou a
cantar, e, mesmo o tempo correndo contra o time, não arrefeceu o ânimo
de ninguém.
O gol de empate do Flamengo, já quase ao fim da
partida, foi a senha para o torcedor rubro-negro começar de fato a
voltar a pensar em título. E quando Gabriel, que todos no Rio chamam de
Gabigol, aproveitou falha da zaga argentina para virar o jogo, o
Maracanã viveu finalmente a sua verdadeira - mas muitas vezes esquecida -
vocação: a de fazer o torcedor feliz.
"Nós temos Jesus! Nós
temos Jesus", vibrava quase às lágrimas a torcedora Cláudia Silva, 47,
ao fim da partida, sem deixar claro se a referência era somente ao
técnico português do Flamengo - que, como de costume, teve seu nome
gritado em uníssono no estádio carioca ao fim da partida.
"Aqui é
Flamengo. O primeiro tempo foi ruim, mas nós estamos com o Flamengo até
cair, porque depois de cair, a gente levanta", completou Cláudia.
E
o torcedor não arredou o pé até que os telões exibiram os jogadores, a
quase cinco mil quilômetro dali, levantarem a cobiçada taça da Copa
Libertadores.
(Por:O Dia)
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