GOVERNO PROMETE 90 MILHÕES
Chuvas em Minas Gerais - Douglas Magno / AFP
Belo Horizonte - O número de mortos em decorrência das chuvas em Minas
Gerais subiu para 44, segundo a Defesa Civil. Treze mortes aconteceram
em Belo Horizonte. Há 13 887 desalojados no Estado e 3.354 desabrigados.
São 19 desaparecidos até o momento e 12 feridos. Diante da tragédia, o
Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) ampliou, de forma sumária,
para 47 o número de municípios mineiros em situação de emergência em
função dos temporais.
A pasta também disponibilizou, de forma
imediata, R$ 90 milhões para as ações de socorro, assistência e
reconstrução em todo o País, por meio da Secretaria Nacional de Proteção
e Defesa Civil (Sedec).
Na manhã de ontem, 26, a prefeitura da
capital mineira informou que cinco pessoas retiradas de casa pela Defesa
Civil e agentes da assistência social na sexta-feira passada, 24,
retornaram para a residência na mesma data e foram soterradas no bairro
Engenho Nogueira. Ainda conforme o governo municipal, os corpos foram
encontrados e as buscas, encerradas, no local.
Gilberto do Carmo
Silva, de 41 anos, falou pela última vez com a sua mãe, Marlene do Carmo
Silva, de 58 anos, por volta das 20h de sexta-feira. "Me falou que
estava tudo bem", lembrou o pedreiro. "Minutos depois, um amigo me
ligou, dizendo que precisavam de mim no bairro, que havia acontecido uma
tragédia. Não passou pela minha cabeça que era isto", rememorou,
emocionado.
A mãe dele e três irmãos morreram em um deslizamento
de terra no bairro Vila Bernadete, no Barreiro, em Belo Horizonte. O
pedreiro, enquanto recebia o conforto de amigos, afirmou ser difícil
saber o que vai fazer daqui pra frente. "Não sei. Minha mãe era o nosso
suporte. Todos nós nos ajudávamos. Só Deus. É uma dor que não vai
passar".
Apoio
Os recursos federais direcionados aos
municípios deverão ser aplicados em ações de socorro, assistência,
restabelecimento de serviços essenciais à população e reconstrução de
estruturas públicas danificadas.
Para ações imediatas, o apoio
oferecido pelo ministério abrange desde a distribuição de kits de
assistência humanitária (cestas básicas, água potável, kits dormitório
etc.) a recursos para a contratação de serviços como a limpeza de vias
públicas.
.
O valor dos recursos destinados a essas regiões ainda
pode aumentar, de acordo com o plano de ação a ser elaborado pelos
municípios. Além das cidades mineiras, quatro municípios do Espírito do
Santo tiveram a situação de calamidade reconhecida de forma sumária pelo
governo federal. Lá, a chuva deixou 8.914 desalojados e desabrigados.
O
reconhecimento sumário é feito quando a União constata que um desastre
público e notório é considerado de grande intensidade. Nestes casos,
para agilizar o atendimento à população e garantir o acesso a recursos
federais, o MDR realiza o reconhecimento antes mesmo que a solicitação
do município ou do Estado preencha todos os pré-requisitos legais.
O
relatório da Defesa Civil mineira aponta, além de 13 mortes em Belo
Horizonte e uma em Caratinga, seis em Betim e cinco em Ibirité, ambas
cidades da Grande Belo Horizonte. As cidades de Alto Caparaó, Alto
Jequitibá, Simonésia, todas na Zona da Mata, registram três mortes.
Outras
duas mortes ocorreram em Pedra Bonita e Luisburgo, ambas também na Zona
da Mata. Contagem, na Grande Belo Horizonte, tem duas mortes. As
cidades de Divino, Santa Margarida, Manhuaçu e Tocantins, as quatro na
Zona da Mata, computam uma morte cada.
(Por
O Dia)
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