ANORMAL
Prefeito do Rio, Marcelo Crivella é preso.Na foto, Crivella, deixa a cidade da Policia.Rio - A Igreja Universal do Reino de Deus é citada nominalmente na decisão da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, que decretou a prisão preventiva do principal grupo que, segundo os investigadores, compõe a suposta organização criminosa que se instalou na Prefeitura do Rio desde a campanha eleitoral de 2016, formado por Marcelo Crivella, Rafael Alves, Mauro Macedo, Eduardo Benedito Lopes, Christiano Borges Stockler Campos, José Fernando Moraes Alves e Adenor Gonçalves.
Em seu despacho, a desembargadora diz, em determinado trecho:
"(...) E ainda com relação à lavagem de dinheiro, chamam a atenção
as estreitas relações religiosas mantidas entre o Prefeito Marcelo
Crivella, Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Mauro
Macedo, primo do fundador da referida Igreja, e Eduardo Benedito Lopes,
Bispo da mesma Igreja, em cotejo com o Relatório de Inteligência
Financeira n.º 42.938, mediante o qual foi identificada e comunicada
movimentação financeira anormal no âmbito daquela instituição religiosa,
na ordem de quase seis bilhões de reais no período compreendido entre
05/05/2018 e 30/04/2019, o que sugere a indevida utilização da Igreja na
ocultação da renda espúria auferida com o esquema de propinas".
A desembargadora prossegue:
"(...) até porque, como já observado, Mauro Macedo e Eduardo
Benedito Lopes, ao lado de Rafael Alves, foram identificados como
operadores financeiros do grupo criminoso, ocupando, por assim dizer, o
chamado '1º escalão'".
Questionados sobre a suposta lavagem de dinheiro por
meio da Igreja Universal do Reino de Deus, os investigadores do
Ministério Público estadual e da Polícia Civil afirmaram, em entrevista
coletiva, na tarde desta terça-feira, que não foi possível concluir pela
efetiva utilização da Igreja Universal como fonte de lavagem de
dinheiro.
"A Igreja Universal foi referida expressamente pelo
Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), em relatórios de
inteligência financeira, em razão de várias movimentações atípicas de
valores em espécie exorbitantes. Em razão da menção do Coaf, em
mensagens do próprio Rafael Alves... Essas informações juntas indicam
que a Universal era usada no esquema, mas a questão da lavagem, de forma
mais completa, ela ainda é um dos desdobramentos que vai decorrer dessa
investigação", disse Carlos Eugênio Greco, promotor de Justiça
assistente do Grupo de Atribuição Originária Criminal da
Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim/MPRJ).
Segundo Greco, em uma das mensagens entre Rafael
Alves e o prefeito Marcelo Crivella em que a igreja é citada, Rafael
Alves diz, em tom ameaçador. "Eu posso acabar com o governo. Eu posso
acabar com uma igreja".
O DIA fez contato com o setor de imprensa da Igreja Universal, mas ainda não obteve resposta.
(Por Bernardo Costa/O Dia)

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