PARA CONTER A PANDEMIA
O documento dirigido ao ministro Eduardo Pazuello também recomenda que a pasta monitore o estoque de insumos para atendimento dos pacientes, notadamente de oxigênio e dos medicamentos utilizados na intubação
Uma das demandas é que a pasta formule uma matriz de risco objetiva, baseada em critérios técnicos, que embase a adoção de medidas de distanciamento social, de acordo com a situação epidemiológica e a capacidade de atendimento de cada localidade.
A recomendação inclui, ainda, um Plano Nacional de Comunicação, com o objetivo de reforçar a importância das medidas de prevenção contra a covid-19. Caberá ao Ministério da Saúde esclarecer a população sobre o uso adequado e imprescindível de máscaras, a necessidade de aumentar a ventilação dos ambientes e manter a higiene das mãos, a importância da vacinação e a proibição de aglomerações e o respeito outras a regras nacionais e locais para contenção da transmissão.
A recomendação do MPF leva em conta estudos e normativas nacionais e internacionais que demonstram a eficácia do distanciamento social e do uso adequado de máscaras para reduzir os índices de infecção pelo novo coronavírus. O documento cita também diversos dados que demonstram a gravidade do quadro vivido pelo Brasil em relação à pandemia atualmente. Esta semana o país alcançou, por dias consecutivos, o recorde de mortes diárias pela covid-19, chegando a 1.910 vidas perdidas em 24 horas. A taxa de transmissão do vírus no Brasil também registrou aumento expressivo, passando de 1,02 para 1,13 em uma semana.
O crescimento de casos desde janeiro tem levado à sobrecarga de
hospitais. O país enfrenta o pior cenário no que se refere às taxas de
ocupação de leitos de UTI para covid-19 para adultos desde o início da
pandemia. Um boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz esta semana
apontou que 18 estados e o Distrito Federal estão na zona de alerta
crítica, com mais de 80% das vagas ocupadas. A recomendação destaca
ainda o posicionamento de diversos órgãos, como o Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (Conass) e o Tribunal de Contas da União, sobre a
importância de se estabelecer uma diretriz estratégica nacional de
enfrentamento ao novo coronavírus, coordenada pelo Ministério da Saúde.
Apoio aos estados
O documento dirigido ao ministro Eduardo Pazuello também recomenda que a
pasta monitore o estoque de insumos para atendimento dos pacientes,
notadamente de oxigênio e dos medicamentos utilizados na intubação. O
objetivo é garantir a oferta dos itens em todo o território brasileiro,
inclusive por meio de compra internacional. Além disso, solicita-se que
sejam viabilizados recursos extraordinários para o SUS, com aporte
imediato nos Fundos Estaduais e Municipais de Saúde para garantir a
adoção de todas as medidas assistenciais necessárias ao enfrentamento da
crise, como a ampliação de leitos.
O apoio a estados e
municípios deverá incluir ainda o recrutamento e o treinamento de
pessoal especializado e o apoio técnico e financeiro para a ampliação da
capacidade de testagem da população em geral. O MPF recomenda que seja
intensificado o monitoramento das variantes do novo coronavírus em
circulação no Brasil, por meio do fortalecimento dos laboratórios de
referência ou pelo credenciamento de outros laboratórios com capacidade
técnica. “É preciso viabilizar a oportuna obtenção de informações acerca
do número de acúmulo de mutações, identificação de cadeias de
transmissões locais e monitoramento da taxa de transmissão, que servem
como subsídio para a construção de orientações técnicas e políticas
públicas eficientes de combate à propagação de variantes”, alertam os
procuradores.
Por fim, o documento recomenda ao Ministério da
Saúde que dê apoio técnico e financeiro a estados e municípios para
ampliação célere da vacinação contra a covid-19, adquirindo mais vacinas
registradas pela Anvisa ou autorizadas por agências estrangeiras. Após
enviada pela PGR, a pasta terá cinco dias para informar se acatará a
recomendação e quais ações serão tomadas para seu cumprimento.
O
documento é assinado por procuradores da República que atuam nos estados
do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do
Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins,
bem como no Distrito Federal.
(Por O Dia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário