PANDEMIA
RN e mais cinco estados vêm tendo dificuldades na contratação ou na organização da escala de profissionais de saúde.
Os números de lotação e fila de espera não são os únicos a indicar a
saturação do sistema de saúde no Brasil, com o avanço da covid-19. Em
levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo, seis Estados - Rio Grande do Norte, Paraná,
Minas, Rondônia, Espírito Santo e Goiás -
relataram falta de profissionais de saúde ou dificuldades na contratação
ou na organização da escala. Quatro (Maranhão, Pará, Rondônia e
Roraima) apontaram problemas no abastecimento de medicamentos usados no
processo de entubação, como sedativos, anestésicos e relaxantes
musculares.No Paraná, o estoque dos remédios é suficiente para
apenas mais 30 dias e faltam “profissionais de saúde de todas as
especialidades”, disse a secretaria. “Não há mais interessados em
ampliar sua carga de trabalho por causa das dificuldades no
enfrentamento da doença.”
A Secretaria da Saúde de Minas Gerais
já realizou 75 chamamentos para contratação emergencial desde o início
da pandemia. No último deles, aberto em 18 de fevereiro para preencher
vagas do Hospital Eduardo de Menezes, referência na capital mineira para
covid, nenhum dos dez postos de médicos oferecidos foi preenchido.
Em
Rondônia, o problema é semelhante. “Estamos no 85.º chamamento para
contratação de médicos, porém não estamos conseguindo”, disse a
secretaria. Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Norte também relataram
dificuldades para preencher o quadro de trabalhadores da rede
hospitalar.
Médicos de Rio Grande do Sul, Pará e Mato Grosso do
Sul relataram à reportagem viver o mesmo problema. “Estamos com 15 vagas
de enfermagem nível técnico e não conseguimos preencher. Dois médicos
já avisaram que vão sair porque receberam outras propostas. Está o
Brasil inteiro atrás de profissionais”, diz Demetrius do Lago Pareja,
diretor do Hospital Regional de Ponta Porã (MS).
Sobre os
medicamentos usados na entubação, Roraima, Rondônia e Maranhão disseram
que tem sido um desafio encontrar fornecedores. Segundo a secretaria do
Estado do Nordeste, há aumento de preços e da escassez de produtos no
mercado. A pasta informou que o bloqueador neuromuscular é o medicamento
com maior dificuldade de aquisição, mas disse que ainda possui estoque
para os próximos 45 dias.
A Secretaria da Saúde do Pará, por sua
vez, afirmou que os hospitais da rede estão com os estoques desse tipo
de remédio em nível crítico.
Segundo o levantamento do Estadão, o
único recurso em situação menos preocupante foi o fornecimento de
oxigênio. Depois do colapso de Manaus (AM) em janeiro, quando pacientes
internados morreram por falta do gás, os Estados ouvidos pela reportagem
disseram que, mesmo com aumento do consumo, pelo menos por enquanto não
há risco de falta. Já há, porém, queixas pontuais em algumas cidades.
(Por:Estadão Conteúdo)
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