sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Conselho Nacional defende autonomia para a Defesa Civil do RN. Encontrou reuniu representantes dos 26 estados e do Distrito Federal

ADMINISTRAÇÃO

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Alessandra Bernardo
alessabsl@gmail.com

Presentes na VIII Reunião Deliberativa do Conselho Nacional de Gestores Estaduais de Proteção e Defesa Civil (Congepdec), em Natal, os representantes da Defesa Civil dos 26 estados e do Distrito Federal falaram sobre capacitações, novos equipamentos e as práticas adotadas em todo o país pelos órgãos para ações de prevenção a desastres, redução de danos e atendimento à população, na manhã desta quinta-feira (16). Durante o evento, foi abordada a necessidade de fortalecimento do órgão potiguar, com autonomia administrativa e financeira, para uma ação mais rápida e eficaz.

Segundo o presidente do Congepdec e comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, coronel Roberto Rocha, é preciso que a próxima gestão estadual invista no fortalecimento da Defesa Civil do Rio Grande do Norte para que ela seja um órgão independente e desvinculado da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesed). Que isso seria a forma mais indicada para aumentar a eficiência desta nas respostas aos desastres que podem acontecer no Estado.

Ele disse que apenas seis estados do Brasil – nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, não possuem uma defesa civil fortalecida e que o restante do país todo já se adaptou, se desvinculou e possui autonomia própria financeira, como por exemplo, o Amazonas, que tem uma secretaria muito forte e que faz trabalhos e ações conjuntas com os municípios e o governo federal. Para ele, o Rio Grande do Norte é um estado que inspira cuidados e preocupações ao Congepdec, por uma série de riscos relacionados à evolução de desastres naturais, como o ocorrido em Mãe Luíza em junho passado e também à falha geológica existente no interior.

“As pessoas vêem um litoral bonito e tranquilo no Rio Grande do Norte, mas existe uma falha geológica muito importante e abalos sísmicos ocorrendo no interior, além do risco de deslizamentos e ressacas marítimas, que já deram bastante prejuízos para a Capital. Temos acompanhado tudo isso, juntamente com a coordenação estadual de defesa civil potiguar, é isso é uma linha de pesquisa e de necessidade que precisamos orientar, ajudar e contribuir para que os colegas do estado e do Nordeste também tenham uma evolução e fortalecimento da cultura”, explicou o coronel Rocha, que também é secretário de Defesa Civil no Amazonas.

Segundo o comandante da Defesa Civil potiguar, tenente-coronel Josinaldo Acioli, há um projeto de estruturação organizacional da coordenadoria e, em paralelo, outro de transferência desta para o Corpo de Bombeiros. Ele disse que ambos dependem exclusivamente do interesse do executivo estadual, onde estão tramitando desde 2012. Também falou sobre o trabalho de parceria realizado com os municípios nas ações de prevenção e combate a desastres.

“Trabalhamos articulados com vários setores, estruturas organizacionais e principalmente com as 148 coordenadorias municipais criadas por lei, sempre procurando estimular e apoiando tecnicamente os chefes dos executivos municipais, para que eles procurem estruturar seus órgãos porque é lá onde eles estão instalados que acontecem os desastres. E isso é importante porque muitas vezes, as respostas do estado e da União demoram a chegar e, ele poderia dar uma atenção mais rápida e eficaz”, afirmou.

Congepdec comemora sete anos de criação
Coronel Roberto Rocha disse que o Congepdec está comemorando sete anos de existência e que, apesar da defesa civil no Brasil ser muito jovem ainda, em relação a países da Europa, por exemplo, eles estão conseguindo congregar valores, opiniões e fortalecer o sistema, que é o maior objetivo. E que é preciso estruturar não só o estado, mas também todos os municípios brasileiros para que eles possam se organizar e dar uma resposta rápida e eficiente no momento do desastre.

“Depois é que vem a reabilitação, o restabelecimento e a reconstrução, mas o socorro nesse momento tem que estar fortalecido, tem que ter material, pessoal, acessórios, auxílios financeiros, alugueis sociais, alimentação para os atingidos, enfim, temos que ter uma resposta forte porque isso é uma resposta do governo. Se ele tratar bem quem foi acidentado, quem foi afetado, com certeza dá resposta ao carinho e à preocupação que ele tem com todo o estado, então, por isso, achamos importante o estruturamento de toda a defesa civil no país”, explicou.

Ele disse ainda que a defesa civil funciona em sintonia no Sudeste, por ter um número maior de habitantes. “Atravessamos uma seca no nordeste que já dura dois anos, no sul, atravessamos vários alagamentos e deslizamentos. No centro-oeste, saímos de uma inundação e entramos em uma queimada e no amazonas, vemos uma inundação que ultrapassa um período normnal de ciclo, passou de quatro para seis meses de cheia, tudo isso tem que ter pesquisa cientifica, coordenação e se não houver essa preparação, esse fortalecimento, nós e a população vamos sofrer muito com isso”, afirmou.

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