PT
Depois de Robinson Faria, o vice-governador
desprezado por muitos e em cuja força quase ninguém, do mundo político,
acreditava até o início da campanha eleitoral, a grande vencedora do
atual pleito é a deputada federal e senadora eleita Fátima Bezerra. Essa
paraibana de Esperança, radicada no Rio Grande do Norte, de origem
humilde, revelou uma coragem absurda ao disputar um mandato em uma Casa
que parecia estar eternamente reservada aos ex-governadores.
Fátima não apenas ousou enfrentar a candidatura da vice-prefeita de
Natal e ex-governadora Wilma de Faria, como também o acordão firmado a
partir da orientação e comando do todo-poderoso presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves.
Deputada federal desde 2003, Fátima dobrou a aposta. Saiu candidata
ao Senado e virou a maior cabo eleitoral da candidatura do
vice-governador Robinson Faria, igualmente alijado de qualquer
entendimento.
As urnas de 5 de outubro mostraram que Fátima Bezerra estava no
caminho certo. Ela própria se elegeu senadora, Dilma ganhou com ampla
maioria no Rio Grande do Norte, tendo uma votação superior à soma dos
votos dados a Aécio Neves e Marina Silva. De quebra, o PT viu o deputado
estadual Fernando Mineiro ser o mais votado em Natal. No segundo turno,
a vitória foi ainda mais ampla e consagradora. Dilma deu “um liso” em
Aécio, vencendo em todos os municípios do Rio Grande do Norte e Robinson
venceu Henrique com uma maioria consagradora de 142 mil votos.
Além de quebrar uma longa tradição do Senado, que parecia casa de
repouso destinada aos ex-governadores, Fátima ajudou a eleger, pela
primeira vez, um governador que não tem apoio dos Alves, Maias e Mariz.
Muito pelo contrário, Robinson teve a oposição de todos eles.
A ampla vitória de Robinson e Fátima, e do PT sinalizam para novos
enfrentamentos e desafios nas eleições para prefeito de Natal e para a
sucessão estadual em 2018. O prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves,
que teve o apoio de Robinson e de Fátima nas eleições de 2012, terá os
dois como opositores daqui a dois anos e possivelmente daqui a quatro
anos. Vai pagar o preço de ter abandonado quem o apoiou e ter gravado
mensagens de apoio e feito campanha para Henrique, que não o queria de
volta na Prefeitura de Natal.
É tudo questão de acompanhar. E aguardar.
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