OSCILAÇÃO
O Ibope confirmou o que o estatístico Mardone França, do Instituto Certus, havia apontado na semana passada: que há uma tendência da eleição para o Governo do Estado ser decidida em segundo turno, entre Henrique Eduardo Alves (PMDB) e Robinson Faria (PSD). Mas não foi só. O Ibope revelou, também, que num eventual prolongamento da disputa, os dois nomes estão empatados com 40%.
No primeiro turno, Henrique Alves segue com vantagem sobre o segundo colocado. Segundo o Ibope, o peemedebista tem 38% das intenções de voto, contra 31% do principal adversário. Professor Robério Paulino, do PSOL, aparece com 3%; Simone Dutra, do PSTU, com 2%; e Araken Farias, do PSL, com 1%. Votos brancos e nulos somaram 15% e não sabe ou não respondeu, 10%.
Nesse cenário, a soma de todos os adversários ainda não seria maior que o número de votos de Henrique. Porém, considerando a margem de erro, de três pontos para mais ou para menos, é possível apontar a existência de um “empate técnico” para haver ou não segundo turno no RN.
E, se houver, há um empate entre o candidato do PMDB e o adversário do PSD. Os dois, segundo o Ibope, têm 40% se o segundo turno fosse realizado hoje, no Rio Grande do Norte. Votos brancos e nulos ficariam na casa dos 5% e indecisos, 15%.
Na semana passada, O Jornal de Hoje publicou matéria com o estatístico Mardone França, com a possibilidade crescente de segundo turno. “Há uma tendência de que a campanha caminha para definição de um segundo turno, em termos de uma previsão probabilística, dada a performance de cada um dos candidatos. Há uma chance, uma probabilidade de acontecer em torno de 60% e de não acontecer em torno de 40%”, destacou ele.
REJEIÇÃO
No quesito rejeição, Henrique desponta com o maior número. Se a eleição fosse hoje, nada menos que 37% dos eleitores do estado não votariam nele de jeito nenhum. A rejeição a Robinson é dez pontos percentuais inferior a de Henrique. De acordo com o Ibope, 27% dos eleitores do Estado não votariam em Robinson de maneira alguma.
O candidato menos rejeitado é Robério Paulino, do PSOL. Ele conta com a rejeição de 16% dos eleitores pesquisados pelo Ibope. Simone Dutra, do PSTU, é a segunda menos rejeitada. Tem 21% de rejeição. Araken Farias é o terceiro menos rejeitado, com 25%.
No universo de 100% de eleitores consultados pelo Ibope, apenas 7% afirmam que poderiam votar em todos os candidatos, ou seja, não têm rejeição a ninguém. Não sabe ou não respondeu somou 21%.
Empate também no Senado: Fátima e Wilma estão com 35%
A ex-governadora Wilma de Faria, que disputa o Senado Federal, disparou na semana passada contra os institutos de pesquisa e pediu para que os eleitores não acreditassem nos levantamentos que estão sendo divulgados colocando ela atrás da principal adversária, a petista Fátima Bezerra. Agora, no entanto, o Ibope apontou um cenário diferente e, nele, as duas estão empatadas com 35% das intenções de voto.
O levantamento aponta uma queda considerável da petista na disputa. Afinal, no último, Fátima apareceu com 38% das intenções de voto, contra apenas 32% pontos de Wilma de Faria. No de agora, Wilma cresceu 3% pontos percentuais e Fátima caiu 3%, ficando na igualdade dos 35%. Ana Célia (PSTU), Professor Lailson (PSOL) e Roberto Ronconi (PSL) aparecem com 1% cada.
A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 28 de setembro e ouviu 812 eleitores em 40 municípios do Rio Grande do Norte. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levada em conta a margem de erro de três pontos para mais ou para menos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) sob o número 00036/2014.
O Globo afirma: “Henrique deve disputar segundo turno contra Robinson”
A eleição para governador do Rio Grande do Norte deverá ser decidida em dois turnos. É o que aponta análise do jornal o Globo, do Rio de Janeiro. De acordo com o jornal, “o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), deve disputar o segundo turno no Rio Grande do Norte contra Robinson Faria (PSD), apoiado pelo PT de Dilma”, afirmou, em matéria veiculada na edição de hoje do jornal.
A avaliação do jornal O Globo se baseia na tendência apontada pelas pesquisas veiculadas até agora, com medição sobre a corrida sucessória estadual. Em que pese o favoritismo inicial de Henrique, alcançado após atingir 40% das intenções de voto, segundo o Ibope na semana passada, a citação dele no escândalo da Petrobras e a virada de Robinson no segundo maior colégio eleitoral do Estado, além da participação do maior cabo eleitoral do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na campanha de Robinson, terminou resultando numa tendência de queda de Henrique e de crescimento de Robinson com possibilidade de virada do pessedista. A cinco dias do pleito eleitoral, é possível que haja empate técnico ou mesmo vitória, tanto de Henrique quanto de Robinson, já no primeiro turno. O mais provável, no entanto, é que a eleição seja definida em dois turnos.
Pelo menos dois presidentes de institutos de pesquisa do Estado, Mardoni França, do instituto Certus, e Daniel Meneses, do instituto Seta, apontam tendência de decisão em dois turnos, o que ocorre quando o primeiro colocado no primeiro turno não alcança a soma de 50% dos votos válidos mais um. “Hoje apontaria para 60% de chances de haver segundo turno”, afirmou Mardoni, em entrevista na semana passada. “O quadro segue para segundo turno, os candidatos estão bem próximos e há uma curva de crescimento que eu pude constatar nas últimas semanas do candidato Robinson Faria”, destacou Daniel Meneses, hoje em entrevista ao Jornal da Cidade, da FM 94.
Meneses aponta o casamento de votos entre candidatos ao governo e ao Senado como um dos fatores da tendência. “Quando a gente compara a votação entre Senado e governo o eleitor de Robinson majoritariamente vota em Fátima, o mesmo acontece com o candidato Henrique Alves e Wilma de Faria. Para o Senado, por exemplo, Fátima morde mais os votos de Henrique do que Wilma morde mais os votos de Robinson. Há essa tendência e acredito que isso vem sendo importante para a consolidação deste cenário, o crescimento na dianteira de Fátima, puxando Robinson para uma condição de grande aproximação do candidato Henrique Alves. É isso, a meu ver, que vem acontecendo”.
CRESCIMENTO
Daniel avalia que Robinson demorou a crescer, como ele vem crescendo nas últimas pesquisas, pelo fato de ser pouco conhecido. “Ele precisou fazer todo um trabalho de apresentação do seu nome, da sua candidatura e aí posteriormente se sentiu mais à vontade para entrar no debate. E aí eu acredito que aconteceu com o escândalo da Petrobras e com a mudança também de postura do horário político gratuito eleitoral do candidato Robinson. Isso ocasionou um processo de crescimento da candidatura dele”, analisa, ao destacar que a postura de desconstrução da imagem de Henrique pesou na mudança de viés dos eleitores. Outro dado relevante, segundo o sociólogo, é a atuação do prefeito de Mossoró, Francisco José Júnior, em favor de Robinson. “Ele vem desempenhando um papel muito significativo de gerar um grande crescimento para Robinson na cidade de Mossoró. Isso vem sendo importante”.
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