quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Levantamento mostra a ocorrência de 1450 homicídios neste ano no RN. Em 85% dos crimes cometidos está presente o uso da arma de fogo

MATADOURO

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Em levantamento realizado por Ivênio Hermes, especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública e pesquisador nas áreas de Criminologia, Direitos Humanos, Direito e Ensino Policial, até essa segunda-feira (27), 1450 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) tinha sido registrados em todo o Rio Grande do Norte.

Desse total, 93% das vítimas foram do sexo masculino. A faixa etária mais “afetada” é de pessoas até 29 anos, que representa 891 homicídios (38%). Segundo o estudo, existiu presença da arma de fogo em 85% dos assassinatos registrados. A maioria das pessoas mortas é de cor negra, somando 43%. Outros 36% são de pessoas pardas.

A cidade com maior número de assassinatos é Natal, com 463, seguida por Mossoró, em 160 e Parnamirim, com 117. Já levando em consideração a quantidade de mortes para cada 100 mil habitantes, a “liderança” é de Umarizal, na região Oeste do Rio Grande do Norte, com média de 147,28. Em seguida vem São José do Mipibu, com 107,54, Extremoz, com 95,92 e Baraúna, com 93,29.

O levantamento ainda traz os bairros de Natal com o maior número de CVLIs. Nossa Senha da Apresentação (zona Norte), com 57, Felipe Camarão (zona Oeste), com 40, Potengi (zona Norte), com 37 e Lagoa Azul (zona Norte), com 35, lideram essas estatísticas.

“A violência homicida, a sanha criminosa e a morbidade criminal atual precisam de amplas ações integradas entre governo e sociedade civil, além de esforço mais presente em todos os locais para onde o crime tem migrado. O esforço da gestão somente mostra o quão necessitado estamos para conseguir frear a violência homicida. Talvez com a entrada dos novos policiais civis e do curso de formação para os suplentes, encontremos mais fundamento para diminuir os índices letais”, afirmou Ivênio Hermes em entrevista recente ao Jornal de Hoje.

Entre julho e setembro, o secretário de segurança do Estado, Elieser Girão, afirmou que houve uma diminuição no número de mortes no RN. Porém, segundo Ivênio, essa diminuição apenas mascara o aumento da criminalidade. “Houve uma acomodação e desaceleração da criminalidade mórbida ou homicida, no entanto, houve uma ampliação em outros tipos de crimes como assaltos, arrombamentos, e retornando aos crimes letais, inclusive, têm acontecido alguns tipos que são costumeiramente subnotificados, como as duas mulheres encontradas mortas em Macaíba, o feto encontrado no lixão, e assim dezenas de crimes violentos letais intencionais tem sido chancelados com o selo “a esclarecer”, dos quais o grande público e parte da imprensa somente tomarão conhecimento por ocasião das divulgações das estatísticas realizadas por pesquisadores fora do âmbito governamental”, destacou.

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