MÃE LUIZA
Aguardando a liberação de recursos do governo federal para as obras de recuperação definitiva de Mãe Luíza, atingido por uma série de deslizamentos de terra que destruiu parte do bairro em junho passado, a Prefeitura mandou construir um tapume entorno da cratera e dos imóveis afetados, para evitar novos riscos de desabamentos. No entanto, a medida foi criticada pelos moradores, que exigem o início imediato da reconstrução da área e reclamam que estão sem água, energia elétrica e segurança.
“Já são quase cinco meses nesta situação horrível e ainda querem que esperemos mais, porque não têm dinheiro. Só que, enquanto estamos aqui praticamente abandonados, ao relento, sem água, sem luz, sem policiamento, sofrendo nas mãos de saqueadores, eles estão bem tranqüilos e protegidos nas casas deles. Queremos que esses serviços comecem logo, já passou o período de eleições, é hora de começar a reconstruir Mãe Luíza, para que possamos voltar a viver dignamente. Não quero muro de tapume, quero minha vida e minha casa de volta”, desabafou a moradora Dicineide Góis.
Ela, assim como outros moradores que residiam próximo à área engolida pela cratera tiveram seus imóveis interditados pela Defesa Civil de Natal e, por isso, estão com o fornecimento de energia elétrica e água suspensos temporariamente. No entanto, se vêem obrigados a permanecerem no local durante parte do dia ou da noite, principalmente, para evitar que seus pertences sejam saqueados por bandidos que se aproveitam da situação para agirem na região.
“Se pelo menos tivesse policiamento aqui, mas nem isso. O prefeito fala que a Guarda Municipal e a Polícia Militar está na área, mas não é verdade. Se estivessem, não teríamos que ficar aqui, correndo riscos, para evitar que o pouco que nos restou sejam saqueados. Sem contar que tem gente nesta situação que ainda está recebendo cobrança de água e luz mesmo sem estar consumindo nada”, afirmou.
Assim como ela, Francisco Gomes também espera o início das obras de pavimentação, drenagem, contenção de encostas, água e esgoto, que devem ser realizadas pela Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), que já foram autorizadas pelo Ministério da Integração Nacional no início deste mês, conforme a Secretaria de Comunicação Social de Natal.
“Nos falaram que os serviços seriam iniciados após o fim das eleições. Pois bem, já acabou e agora é hora de começar a reconstruir Mãe Luíza, porque estamos vivendo uma verdadeira tortura aqui, sem sossego, sem segurança de polícia e de que não há mais riscos de novos desabamentos. Sim, o fato da cratera estar coberta por lonas não quer dizer que estamos em segurança. Esses tapumes aí eram para terem sido colocados no dia em que aconteceu o desastre e não agora, passados mais de quatro meses do ocorrido”, falou.
Licitação deve sair em breve
Com a autorização para o início da licitação para a contratação da empresa que será responsável pela recuperação definitiva de Mãe Luíza, a Prefeitura Municipal deve lançar o edital em breve. Com isso, a expectativa é que as obras comecem até o final de dezembro e durem cerca de cinco meses, conforme estimativa da Semov. Orçadas em R$ 8,6 milhões, os serviços incluem a drenagem , pavimentação e construção dos imóveis dos moradores atingidos.
Conforme a Secretaria de Comunicação Social de Natal, a construção das residências ocorrerá dentro do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, por meio da Caixa Econômica Federal (CEF), em contrato com o município, representado pela Secretaria de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe).
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