terça-feira, 28 de outubro de 2014

Um dia após a reeleição de Dilma, PT já projeta Lula para 2018. Por enquanto, circulam os nomes do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e do governador da Bahia, Jaques Wagner

"CONFABULANDO"

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Apesar de a cúpula do PT defender o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para 2018, pessoas próximas ao ex-presidente afirmam que ele prefere que um quadro novo dispute o Palácio do Planalto daqui a quatro anos. Embora não descarte por completo ser candidato, Lula acha que já cumpriu seu papel e não sabe como estará sua saúde até lá. Por enquanto, o partido não tem um nome “natural” para pleitear o cargo, e a defesa da volta do ex-presidente serve para ganhar tempo e evitar a luta interna pela vaga.

Com a reeleição da presidente Dilma Rousseff, cresce a possibilidade de o PT construir uma candidatura sem ser a de Lula, inclusive investir em um ministro, como o ex-presidente fez com Dilma, que foi titular da Casa Civil e, antes, de Minas e Energia. Petistas ressaltam, no entanto, que esse quadro dependerá de como Dilma concluirá seu segundo mandato na Presidência — se com uma avaliação boa ou não pelo eleitorado.
Por enquanto, circulam os nomes do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e do governador da Bahia, Jaques Wagner. Este último elegeu seu sucessor no primeiro turno e é dado como certo em um ministério de Dilma a partir do ano que vem. Petistas também afirmam que, se o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, fizer uma boa gestão e sair bem-visto pela população, poderia ser uma possibilidade para o partido.

De qualquer modo, a palavra final será de Lula. Foi ele quem decidiu pela candidatura de Dilma à Presidência da República, em 2010; pela de Haddad para a Prefeitura de São Paulo; e, este ano, pela de Alexandre Padilha para o governo de São Paulo. Mas a derrota de Padilha pôs em xeque os “postes” do ex-presidente, como são chamados os candidatos sem luz própria.

— Seria bom que o Lula voltasse. É garantia de continuidade do nosso projeto — afirmou o presidente do PT, Rui Falcão.

O ex-presidente é, sem dúvida, quem mais empolga tanto a cúpula do partido quanto a militância, e é considerado o caminho mais seguro para manter o PT no poder. Integrantes do partido ressaltam que, se depois de 12 anos no governo já foi difícil reeleger Dilma, daqui a quatro anos o desafio será ainda maior.
Em conversas reservadas, o ex-presidente daria sinais contraditórios. Segundo membros do PT, Lula ora diz que não quer ser o “Schumacher”, ou seja, pôr em risco a boa avaliação com que deixou o governo, fazendo um terceiro mandato pior do que os anteriores; ora diz que se “encherem seu saco”, referindo-se à oposição e à mídia, ele volta para a disputa.

Mas Lula teria dúvidas, segundo pessoas próximas a ele, sobre seu estado de saúde daqui a quatro anos, embora esses interlocutores ressaltem que ele está bem e faz ginástica todos os dias. O ex-presidente teve um câncer na laringe em 2012. Durante a campanha deste ano, ele se queixou da voz e também não mostrou o vigor físico de antes. No fim de 2018, Lula fará 73 anos. Pessoas próximas também afirmam que a família do ex-presidente não quer que ele se candidate de novo.

— Vocês estão percebendo que tenho que tomar água toda hora. Depois do câncer, a garganta seca — disse Lula durante um comício em Brasília no fim de setembro.

No entanto, entusiastas da volta de Lula à Presidência da República minimizam essas preocupações, afirmando que as campanhas eleitorais hoje em dia são mais curtas, nada parecidas com as caravanas que Lula fazia por todo o país, quando se candidatou, e que, além disso, a propaganda na TV hoje tem um grande peso para o eleitor.

Fonte: O Globo

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