sábado, 31 de janeiro de 2015

Servidores acusam presidente de perseguição, mas presidência rebate. Sinai afirma que funcionários do Ipern estão sofrendo retaliações

IPERN

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O clima ficou tenso no Instituto de Previdência do Rio Grande do Norte (Ipern) depois das manifestações contra a fusão do Fundo Previdenciária com o Fundo Financeiro do Estado no final do ano passado. De acordo com o coordenador geral do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), José Nilson Bezerra, quatro servidores estão sendo “perseguidos” pelo presidente do Ipern, José Marlúcio Diógenes Paiva.  Em nota, o titular do Ipern negou a retaliação.

As diferenças entre os servidores e o presidente geraram uma carta onde quatro funcionários pedem providências ao governador. “Só pede que o governador analise a situação e tome providências. Eles não dizem que queriam a exoneração do presidente do Ipern, mas esse é o desejo dos servidores. Mas que, pelo menos, o governador chame ele para conversar”, falou José Nilson sobre a intenção da carta.
Segundo o coordenador geral da entidade sindical, Marlúcio estaria o usando o poder de seu cargo para retaliar quatro servidores. “Ele está transferindo servidores sem nenhuma justificativa. Está havendo aí um abuso de poder em função dos atos que a gente fez em frente ao Ipern”, disse o líder sindical. Ainda segundo Bezerra, essa prática só estaria acontecendo porque os servidores se manifestaram contra a manutenção no cargo do presidente indicado na gestão Rosalba Ciarlini.

Um dos casos em que o presidente vê retaliação foram mudanças no que Bezerra chamou de setor social. “Ele extinguiu o setor social e essa funcionária formada em assistência social ficou sem ter onde trabalhar”, contou o sindicalista.

Também em nota, José Marlúcio também negou que a servidora tem ficado sem designação. Ele inclusive destaca que ela recebeu uma promoção financeira pelo novo setor para onde foi transferida. “A servidora com formação em Serviço Social está atuando na Perícia Médica do Estado, onde existe o quadro de assistente social. Vale salientar que a Perícia Médica funciona no prédio do Ipern, e a transferência da servidora possibilitou uma promoção financeira para ela”, escreveu em nota.

Ainda segundo o coordenador geral do Sinai/RN, outro setor foi extinto: a fiscalização. “Essas pessoas trabalhavam indo nas casas dos pensionistas para saber se estavam vivendo maritalmente com outra pessoa para verificar se a pessoa ainda tinha realmente direito ou não à pensão. Ele achou que era necessário acabar”, denunciou Bezerra. Neste caso, o sindicalista contou também que os servidores tiveram uma nova lotação.

O presidente do Ipern confirmou que a extinção desse setor realmente aconteceu e que a fiscalização agora é feita por meio eletrônico. “Com um convênio firmado com o Ministério da Previdência Social, através do INSS, nós temos o cruzamento de dados com o SISOB (Sistema de Controle de Óbitos do MPS), mensalmente, nós recebemos a relação dos óbitos registrados nos cartórios. Este é o mesmo procedimento em todos os institutos de previdência dos outros estados do país. Estamos na era da informatização”, explicou por meio de nota.

Além dessa adequação, o presidente afirma que conseguiu eliminar despesas do órgão, mas não especificou quanto. “A extinção do setor de fiscalização, que só existia no estado do Rio Grande do Norte, possibilitou uma economia razoável. Eliminamos as despesas semanais com diárias, o Ipern tinha cinco veículos, hoje as nossas necessidades são plenamente atendidas com apenas dois veículos e os servidores que viajavam são mais necessários no expediente interno, ressaltamos ainda que, ativamos o recadastramento, criamos uma comissão de justificação e, quando necessário, fazemos fiscalização in loco”, acrescentou.

A presidência do Ipern confirmou que um servidor foi transferido recentemente, mas que foi porque não estava desempenhando suas funções a contento. “Temos feito, por necessidade do serviço, várias modificações nos setores. No entanto esta, a que se refere,  foi por solicitação da coordenadoria, pois o servidor não estava comprometido com o serviço”, respondeu.

Carta e abaixo-assinado
“O ambiente de trabalho no Ipern virou uma praça de guerra”, disse o coordenador geral do Sinai/RN. José Nilson disse que irá esperar resposta do governador sobre a carta enviada pelos quatro servidores para só então analisar qual providência poderá ser tomada pela entidade sindical. Por enquanto, o sindicato acompanha o caso de perto. Segundo Bezerra, a carta foi protocolada no gabinete do governador no dia 26 deste mês.

Ele ainda falou que depois da carta, o próprio presidente do Ipern organizou um abaixo-assinado em seu favor para se contrapor a ação dos servidores. “Você chamar seus auxiliares e mandar fulano e cicrano assinar dizendo que essa tal pessoa é um bom administrador? Isso não existe em canto nenhum. Isso é abuso de poder. É inadmissível que o presidente de um órgão como o Ipern fique com esse tipo de picuinha”, arrematou.

Ainda em nota, José Marlúcio contou a sua versão: “realmente, os quatro servidores do Ipern fizeram uma denúncia ao governador, com várias desqualificações ao presidente, usando o pretexto de que  seria o pensamento de 80%  dos servidores do Ipern, o que foi interceptada, e gerou um manifesto dos demais servidores, em que protestaram contra a utilização dos mesmos, sem o devido consentimento”.

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