REAJUSTE
Roberto Campello
Roberto_campello1@yahoo.com.br
O natalense já está pagando mais caro pelo litro da gasolina e diesel na maioria dos postos de combustíveis. O decreto do governo federal que altera as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina e o óleo diesel começaram a valer a partir deste domingo (1º), com efeito imediato na maioria dos postos do Rio Grande do Norte.
A alteração dos dois tributos vai pesar diretamente no bolso do consumidor: o litro de gasolina sofrerá um aumento de R$ 0,22 e o litro de diesel, de R$ 0,15. No entanto, em alguns postos, o reajuste já ultrapassa os R$ 0,30 em alguns postos de combustíveis. Mas para quem quiser aproveitar e encher o tanque antes que o aumento seja repassado, ainda é possível encontrar gasolina a R$ 3,12.
O posto Planalto, localizado na marginal da BR 101, na altura de Candelária, já havia aplicado o reajuste nas bombas e a gasolina comum estava custando R$ 3,349. Poucos metros depois, o Posto Mirassol, já exibia os preços alterados pela manhã, cobrando R$ 3,429 pelo litro da gasolina. No caso de um automóvel com capacidade de 55 litros, como um Gol, por exemplo, o motorista passa a gastar R$ 16,50 a mais que antes para encher o tanque.
O assessor administrativo João Maria Gomes não pode encher o tanque antes do reajuste e teve que fazê-lo na manhã desta segunda-feira (2) e reclamou do novo preço da gasolina. Por mês, ele gastava R$ 640,00 de combustível. Agora, com o reajuste na bomba de combustível, ele terá que desembolsar R$ 720,00 mensalmente. Um aumento de 12,5% no orçamento doméstico.
“Estamos tendo que pagar o preço pela corrupção que é praticada neste país. Esse é um valor irreal e exorbitante, mas quem precisa usar o carro torna-se refém desse governo que aumenta o preço de forma desordenada, para justificar e esconder as irregularidades. Para piorar ainda mais a situação, não existe transporte público de qualidade, nem outro meio de transporte, como ciclovias e ai só nos resta o carro”, lamenta João Maria Gomes.
No posto Jiqui, localizado na Avenida Airton Senna, a gasolina passou dos R$ 3,12 para R$ 3,42 desde ontem. Uma frentista informou que no sábado chegou a formar fila de carros para abastecimento, mas que desde ontem, quando foi feito o reajuste, houve uma queda acentuada no movimento. “Os motoristas olham a placa, vêem o preço e vão embora. Ontem o movimento foi muito fraco. Hoje está bem pior”, afirma a frentista.
Na manhã desta segunda-feira, o Posto Cirne, localizado no cruzamento da Avenida Prudente de Morais com a Rua Alberto Maranhão, o preço da gasolina comum ainda estava por R$ 3,12 e o óleo diesel por R$ 2,88. O álcool, uma opção para os carros flex, não sofreu reajuste e está custando R$ 2,599. A reportagem tentou falar com o gerente do posto para saber quando será feito o reajuste, mas ele não quis receber a imprensa.
No Posto São Luiz 1, localizado na Avenida Salgado Filho, o chefe de pista, João Maria Bezerra, informou que ainda não há previsão de quando a gasolina e o diesel serão reajustados. Ele conta que no sábado (31 de janeiro) houve um aumento considerável no fluxo de veículos. “Muita gente procurou o posto no sábado para garantir o menor preço. Mas o proprietário ainda não nos informou quando será reajustado nas bombas”. A gasolina comum continua custando R$ 3,129 e o diesel R$ 2,889.
A recepcionista de caixa Lucineide Mendes conta que há dois anos optou pelo Gás Natural Veicular (GNV) em função dos constantes reajustes no preço da gasolina. Ela conta que por semana consumia um tanque e meio de combustível por semana, com um custo de aproximadamente R$ 200. Hoje, ela tem uma economia de quase 50%. “É um absurdo esse preço da gasolina. Hoje termos um carro não é luxo e sim necessidade, mas desse jeito o carro vai ficar como um enfeite da nossa garagem”, reclama a consumidora.
Em maio, o governo vai voltar a cobrar a Cide (contribuição para regular o preço dos combustíveis), imposto que não é cobrado desde 2012. Na ocasião, a alíquota de PIS/Cofins cairá, de maneira que o aumento total de impostos continue sendo de R$ 0,22 por litro para a gasolina e de R$ 0,15 por litro para o diesel. A decisão de reajustar tanto Pis/Cofins quanto Cide foi para dividir as receitas com os Estados, de acordo com o governo.
Essa elevação é a primeira até que volte a ser cobrada a Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide), prevista para 1º de Maio. Segundo o ministro Levy, isso servirá como reforço de arrecadação.
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