VAI ENTENDER
Marcelo Lima
Repórter
A avenida Engenheiro Roberto Freire possui placas de limites de velocidade para todos os gostos. Tem de 30, 50 e 70 quilômetros por hora. Muitas delas estão a poucos metros uma da outra. Quem não conhece a via ou não lembra que as placas se referiam as antigas lombadas eletrônicas ou faixas de pedestres apagadas se confunde facilmente.
Morador do bairro de Capim Macio, o aposentado Alaudson Leite, de 57 anos, todos os dias tem que trafegar pela Engenheiro Roberto Freire para deixar a sua mulher no trabalho. Ele já está adaptado a confusão das placas, só não deixa de ficar indignado. “Aí é que pega o motorista. Aí você tem 70 [km], 50 [km], é o maior absurdo da vida. Ou se coloca uma, ou outra. Acho que aqui deveria ser uma só, 70 [Km], como é na Via Costeira”, sugeriu.
A profusão de placas com diferentes limites de velocidade se localizada no bairro de Capim Macio. Na altura de uma unidade de uma grande rede de fast food, há uma placa no canteiro central orientando o condutor a se limitar a 50 quilômetros por hora no sentido Centro – Ponta Negra. Nas proximidades dela, não há faixa de pedestres, tampouco lombada eletrônica, o que justificaria a redução de velocidade naquele ponto.
Somente cerca de 20 metros depois há outra placa, agora sobre a calçada, informando que o limite de velocidade seria de 30 quilômetros por hora. Também não há nenhum motivo visível para a redução em mais de 50% do limite de velocidade oficial em toda a via, 70 quilômetros/hora.
Mesmo quem já conhece bem a região e trabalha dirigindo reclama da diversidade de orientações na sinalização vertical. É o caso do taxista Geraldo Salustino da Silva de 70 anos. “Atrapalha muito. O pior é a multa A gente obedece os 30 quilômetros com medo de ser multado. Isso amarra muito o trânsito”, disse.
Para o taxista, a confusão é intencional, pois tem o objetivo de arrecadar com multas. “O pior é que nesses lugares com as placas não tem nada, uma escola, um hotel, muito movimento de gente. É só para faturar”, opinou.
Outro profissional que trabalha na condução de automóvel também tem opinião semelhante. “É uma forma de confundir para você cometer a infração”, acredita Wanderson Luiz Oliveira, bugueiro de 36 anos de idade. “Essa sinalização da velocidade é uma bagunça. É a primeira coisa que se destaca quando você passa pela Engenheiro Roberto Freire. Eles não entram em um acordo”, completou.
No sentido Ponta Negra – Centro a aglomeração de multas é ainda maior nas proximidades do Banco do Brasil e da faculdade Estácio. A Engenheiro Roberto Freire é uma das avenidas de Natal sobre gestão do governo do Estado. De acordo com o diretor geral interino do Departamento de Estradas e Rodagens do Rio Grande do Norte (DER), Francisco Maciel, as placas ficavam perto das lombadas eletrônicas ou faixas de pedestres. As lombadas foram retiradas pelo Detran/RN. As faixas foram apagadas ao longo do tempo e o órgão estadual enfrenta problemas orçamentários para resolver o problema. “Hoje estamos sem condições de fazer essa revitalização da pintura”, disse o interino.
Radares municipais
Os radares e lombadas eletrônicas da Prefeitura de Natal começam a multar a partir de 15 de março. Com a campanha informativa “Quem respeita o trânsito não leva multa” o município divulgou os novos pontos onde os radares e lombadas serão instalados pela cidade. As opiniões sobre o endurecimento da fiscalização dividem a população.
“Eu acho que quem acha que é indústria de multa é exatamente o irresponsável que não quer seguir a lei. Eu saio antecipado de caso para não ir nas carreiras deixar minha mulher no trabalho”, disse o aposentado Alaudson Leite.
Gerado Salustino da Silva, 70 anos, acredita que a fiscalização eletrônica deve ser bem estudada. “Em certos ambientes é necessário, mas em muitos locais não é. É só para faturar mesmo. Aqui em frente é necessário”, disse apontando para a faixa de pedestres em frente ao Praia Shopping.
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