Quem pensa que os institutos de pesquisa ficam parados em anos
que não acontecem eleições se enganam. O trabalho é constante em torno
de estudos e pesquisas contratadas por gestores que querem encontrar a
melhor forma de administrar e saber o que o seu público pensa e deseja.
Neste período que antecede as decisões políticas para as eleições
municipais, as pesquisas são feitas, em sua maioria, para consumo
interno, com a intenção de embasar as decisões que culminarão nas chapas
e propostas de campanha.
O diretor do Instituto
Consult de pesquisas, Paulo de Tarso Fernandes, explica que entre uma
eleição e outra muitas prefeituras querem avaliar suas administrações
para dar balizamento às administrações. A demanda aumenta em anos
eleitorais com as pesquisas de intenções de votos, mas antes disso, as
pesquisas qualitativas começam a traçar qual é o candidato que terá mais
chances na disputa.
“Já começaram a fazer as
pesquisas qualitativas e quantitativas, mas não para mostrar quem ganha
ou quem perde. O instituto responsável vai pesquisar e definir as
orientações de como se comportar no próximo pleito e que decisões tomar
até lá. Dá subsídio para o plano de governo escutando a população. O
instituto é o interlocutor nesse processo”, explica o diretor. Ele conta
que há três caminhos dife-rentes para se trabalhar de acordo com o
perfil do cliente. Um é o prefeito que quer se reeleger. O segundo é o
prefeito que não pode se candidatar e vai indicar alguém. E o terceiro é
o candi-dato da oposição.
“Para cada um deles, as
pesquisas orientam a forma de trabalhar e qual a melhor escolha a se
fazer. E esses candidatos devem exigir que os institutos saibam fazer
isso”, adverte. O objetivo dessas orientações não é garantir a vitória
do candidato, mas que ele tente chegar a ela da forma mais conveniente
traçando as melhores estratégias, a partir desse diagnóstico. “Se a
pessoa já é prefeito precisa das pesquisas para trabalhar melhor no que
for bom para a população. Com esses estudos, eles são orientados e
conhecem o que é prioridade para a população, tanto quanto aquilo que
mais incomoda o povo”, relata.
Nas últimas
eleições, os institutos de pesquisas sofreram duras críticas porque não
conseguiram acertar os resultados dentro da margem de erro. Nas eleições
de 2014, por exemplo, a diferença entre o que se previu e o que as
urnas mostraram chegou a 1º pontos. Geralmente a margem de erro fica em
torno de 10%.
Nas últimas eleições municipais
também não foi diferente, em 2012. Em Natal, a maioria dos institutos
chegarou a prenunciar a vitória em primeiro turno para o prefeito Carlos
Eduardo com diferença de votos que chegou a 8 pontos percentuais
referente ao que realmente cada um obteve em votos.
Paulo
de Tarso explica que os resultados das pesquisas eleitorais de
intenções de votos não devem ser interpretados como veredito final.
“Ocorreram erros no primeiro turno, mas foram erros nos número, não na
tendência.
As pesquisas dão a tendência. E outra:
nas urnas são contados como 100% a quantidade de votos válidos,
enquanto nas pesquisas, nesses 100% estão inclusos os brancos, nulos e
indecisos.
Outro fator que interferiu nos números das últimas
eleições foi a quantidade de indecisos que tiveram o poder de mudar o
resultado que se poderia prever. “Esses eleitores são cerca de 30% e
tomam a decisão e acabam rejeitando os que estão a frente e diluindo os
votos nos outros candidatos”, argumenta.
Para
ele, as pesquisas não decidem as eleições e nem influenciam o voto. “Não
é o número nem o resultado que leva as pessoas a votarem, apenas
estimula ou não os militantes já decididos. Não existe o ‘não vou dar o
voto perdido’. O eleitor está mais exigente”, acredita.
por:Cláudio Oliveira/NOVO
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