sábado, 26 de março de 2016

Pré-temporada de pesquisas eleitorais

PESQUISAS

Quem pensa que os institutos de pesquisa ficam parados em anos que não acontecem eleições se enganam. O trabalho é constante em torno de estudos e pesquisas contratadas por gestores que querem encontrar a melhor forma de administrar e saber o que o seu público pensa e deseja. Neste período que antecede as decisões políticas para as eleições municipais, as pesquisas são feitas, em sua maioria, para consumo interno, com a intenção de embasar as decisões que culminarão nas chapas e propostas de campanha.
 
O diretor do Instituto Consult de pesquisas, Paulo de Tarso Fernandes, explica que entre uma eleição e outra muitas prefeituras querem avaliar suas administrações para dar balizamento às administrações. A demanda aumenta em anos eleitorais com as pesquisas de intenções de votos, mas antes disso, as pesquisas qualitativas começam a traçar qual é o candidato que terá mais chances na disputa.
 
“Já começaram a fazer as pesquisas qualitativas e quantitativas, mas não para mostrar quem ganha ou quem perde. O instituto responsável vai pesquisar e definir as orientações de como se comportar no próximo pleito e que decisões tomar até lá. Dá subsídio para o plano de governo escutando a população. O instituto é o interlocutor nesse processo”, explica o diretor. Ele conta que há três caminhos dife-rentes para se trabalhar de acordo com o perfil do cliente. Um é o prefeito que quer se reeleger. O segundo é o prefeito que não pode se candidatar e vai indicar alguém. E o terceiro é o candi-dato da oposição.
 
“Para cada um deles, as pesquisas orientam a forma de trabalhar e qual a melhor escolha a se fazer. E esses candidatos devem exigir que os institutos saibam fazer isso”, adverte. O objetivo dessas orientações não é garantir a vitória do candidato, mas que ele tente chegar a ela da forma mais conveniente traçando as melhores estratégias, a partir desse diagnóstico. “Se a pessoa já é prefeito precisa das pesquisas para trabalhar melhor no que for bom para a população. Com esses estudos, eles são orientados e conhecem o que é prioridade para a população, tanto quanto aquilo que mais incomoda o povo”, relata.
 
Nas últimas eleições, os institutos de pesquisas sofreram duras críticas porque não conseguiram acertar os resultados dentro da margem de erro. Nas eleições de 2014, por exemplo, a diferença entre o que se previu e o que as urnas mostraram chegou a 1º pontos. Geralmente a margem de erro fica em torno de 10%. 
 
Nas últimas eleições municipais também não foi diferente, em 2012. Em Natal, a maioria dos institutos chegarou a prenunciar a vitória em primeiro turno para o prefeito Carlos Eduardo com diferença de votos que chegou a 8 pontos percentuais referente ao que realmente cada um obteve em votos.
 
Paulo de Tarso explica que os resultados das pesquisas eleitorais de intenções de votos não devem ser interpretados como veredito final. “Ocorreram erros no primeiro turno, mas foram erros nos número, não na tendência. 
 
As pesquisas dão a tendência. E outra: nas urnas são contados como 100% a quantidade de votos válidos, enquanto nas pesquisas, nesses 100% estão inclusos os brancos, nulos e indecisos.
 
Outro fator que interferiu nos números das últimas eleições foi a quantidade de indecisos que tiveram o poder de mudar o resultado que se poderia prever. “Esses eleitores são cerca de 30% e tomam a decisão e acabam rejeitando os que estão a frente e diluindo os votos nos outros candidatos”, argumenta. 
 
Para ele, as pesquisas não decidem as eleições e nem influenciam o voto. “Não é o número nem o resultado que leva as pessoas a votarem, apenas estimula ou não os militantes já decididos. Não existe o ‘não vou dar o voto perdido’. O eleitor está mais exigente”, acredita.
 
 
por:Cláudio Oliveira/NOVO

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