Cerca
de 110 Policiais Federais e aproximadamente 20 servidores da Receita
Federal estão cumprindo determinações judiciais nos Estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal durante a Operação Abismo,
31ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira, 4.
A
investigação central desta fase tem o objetivo de apurar a fraude ao
processo licitatório, o pagamento de valores indevidos a servidores da
Petrobras e o repasse de recursos a partidos políticos em virtude do
sucesso obtido por empresas privadas em contratações específicas. Um
exemplo é o projeto de reforma do Cenpes - Centro de Pesquisas da
Petrobras - na Ilha do Fundão na cidade do Rio de Janeiro.
São
apuradas pela Polícia Federal as práticas de crimes de corrupção,
lavagem de dinheiro e fraude a licitação num contexto amplo de
sistemático prejuízo financeiro imposto à Petrobras.
O
nome Abismo remete, dentre outros aspectos, às tecnologias de
exploração de gás e petróleo em águas profundas desenvolvidas no Cenpes,
mas também à localização das instalações (Ilha do Fundão) e a
demonstração que esquemas como estes identificados levaram a empresa aos
recantos mais profundos da corrupção e da malversação do dinheiro
público.
O
alvo principal desta fase da Lava Jato é o ex-tesoureiro do PT Paulo
Ferreira, que já está preso, contra quem a Abismo expediu um mandado de
prisão preventiva. Ferreira foi capturado na Operação Custo Brasil, que
mirou o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula).
Os
presos serão levados à sede da Polícia Federal em Curitiba nesta
segunda-feira. Paulo Ferreira está detido na Superintendência da Polícia
Federal em São Paulo.
Ferreira
é suspeito de ligação com o esquema Consist - empresa de software que
teria desviado R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do
Ministério do Planejamento na gestão Paulo Bernardo.
Sob
o comando de Bernardo, que liderou a pasta de março de 2005 a janeiro
de 2011 no governo Lula, o Planejamento assinou acordo com o Sindicato
Nacional das Entidades Abertas de Previdência
Complementar (SINAPP) e a
Associação Brasileira de Bancos (ABBC). Essas entidades contrataram a
Consist para desenvolver o sistema de gerenciamento e controle dos
créditos consignados. De 2010 a 2015, o esquema teria gerado R$ 100
milhões em propinas sobre o contrato da Consist.
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