O texto abaixo publicado passou
despercebido, ou foi ignorado de propósito por adversários e adeptos da
chamada “intervenção militar”. Acompanhamos a gênese e crescimento do
movimento intervencionista no BRASIL. Como sempre aqui foi dito,
acreditamos que o grupo têm o direito de externar sua opinião sobre a
solução que acreditam ser a mais adequada para nosso país. Contudo, a
experiência adquirida durante esse tempo tem nos mostrado que parcela
minoritária – mas barulhenta – desse grupo, faz com que o TODO perca
muito em status e credibilidade diante da sociedade justamente por
descartar conselhos e críticas construtivas, chamando de comunista,
melancia ou coisas do gênero qualquer um que não concorde 100% com seus
métodos.
O texto a seguir, da lavra de um General
de Brigada, publicado ha alguns dias, é extremamente construtivo e
reflete o pensamento de grande parte dos militares do BRASIL. Notem que o
GENERAL adjetivou de PATRIOTAS e usou o termo ocupação quando se
referiu àqueles que foram chamados de vândalos e invasores por alguns.
“Como disse em outros textos, não
julgo ser errado incluir a intervenção militar no rol dos recursos
disponíveis para a reversão do caos político, econômico, social e moral
que se alastrou pelo Brasil. Por outro lado, considero grave equívoco
precipitar o emprego do último e definitivo recurso da Nação.“
Caros amigos
Durante a vida, tenho adotado três
atitudes principais como premissas de comportamento: não trair minhas
convicções, não me omitir diante do que devo opinar e não ter vergonha
de admitir meus erros.
Assim, acompanhei pelas mídias sociais a
convocação e as atividades do grupo de patriotas que advogam pela
intervenção militar como solução para os problemas de toda ordem que
estamos a enfrentar no Brasil e tomei conhecimento, através da televisão
e do rádio, da sua tumultuada ocupação do Plenário da Câmara dos
Deputados.
Aprendi, por força da profissão, a
avaliar com cautela os resultados das operações – o que os militares
chamam de APA, Análise Pós Ação – e tirar delas os ensinamentos
necessários à evolução pessoal e profissional.
É o que faço, iniciando por dizer que
não são poucos os civis que se referem positivamente ao período do
regime sob mando de militares, particularmente aqueles que o viveram
honestamente e que podem compará-lo com o que vivemos hoje. Sinto-me,
como Soldado, sempre lisonjeado quando alguém me diz que aqueles tempos
deveriam voltar. É o reconhecimento de uma atitude desassombrada da
geração do meu pai, herdada pelas que a sucederam com o compromisso
revolucionário de não permitir que o Brasil deixasse de ser uma
democracia.
A Revolução de 1964 foi desencadeada de
forma espontânea, dispersa e sem planejamento estratégico militar.
Logrou êxito em virtude do prestígio e da competência das lideranças
revolucionárias, das convicções anticomunistas das Forças Armadas e da
vontade do conjunto da sociedade brasileira. Do fato em si e da luta
armada que o seguiu, promovida pelos que viram frustrados os seus
objetivos liberticidas, as FFAA tiraram lições táticas e estratégicas,
consolidaram seu comprometimento com a democracia e compreenderam que,
para assegurá-la, seria preciso acompanhar de perto a conjuntura
política, traçar planos de emprego e estar preparadas para executá-los
na condição de último recurso da Pátria, para que a sua ação não seja,
outra vez, confundida com quartelada ou golpe militar.
Pedir uma intervenção das FFAA, neste
momento, é um direito de todos os patriotas que perderam a confiança nas
instituições republicanas e no poder da vontade popular, mas, ao mesmo
tempo, é uma demonstração de descrédito no discernimento, no
conhecimento, na sensibilidade e no sentido de oportunidade daqueles a
quem chamam para assumir o poder.
(JonaldoPaís)
Nenhum comentário:
Postar um comentário