O volante Gil, do Chapecoense, pode se tornar o primeiro jogador
nascido no Rio Grande do Norte a se tornar campeão da Copa
Sul-Americana. Antes dele, de acordo com o pesquisador Marcos Trindade,
apenas o lateral Nonato, revelado pelo Baraúnas, havia conseguido feito
semelhante. Atuando pelo Cruzeiro, o mossoroense foi duas vezes campeão
da Supercopa da Libertadores, nos anos de 1991 e 1992.
Gil tem 29 anos, nasceu em Nova Cruz, no Agreste potiguar, e é
considerado um dos pilares do time comandado por Caio Júnior, atuando
tanto como segundo volante quanto fazendo o lado direito do meio de
campo. Por sua versatilidade e segurança, o volante/meia participou de
sete dos oito jogos disputados pela Chapecoense na Copa Sul-Americana,
sendo cinco como titular. A única partida em que ele não entrou em campo
foi no jogo de ida das oitavas de final, contra o Independiente.
Para chegar até a final inédita, a Chapecoense desbancou gigantes
do futebol sul-americano, como o Independiente e San Lorenzo, ambos da
Argentina. Para conquistar o título, porém, o time catarinense terá que
superar o Atlético Nacional, atual campeão da Copa Libertadores. O clube
colombiano é apontado por muitos como o melhor time do continente. “Mas
nós temos um time experiente e capaz de superá-los”, aponta Gil.
O primeiro jogo da final acontece na próxima quarta-feira, no
estádio Atanasio Girardot, em Medellín. Por decisão da Conmebol, o
segundo e decisivo jogo acontece no estádio Couto Pereira, em Curitiba,
cidade distante 482 quilômetros de Chapecó. A mudança visa atender
determinação da confederação, que impede a realização de finais em
estádio com capacidade inferior a 40 mil lugares. A Arena Condá, casa da
Chapecoense, comporta 22 mil torcedores.
Na Chapecoense há duas temporadas, Gil disse que o sucesso da
equipe catarinense é fruto de um trabalho sério desenvolvido dentro e
fora de campo. Segundo ele, a cidade de Chapecó e a diretoria do clube
abraçaram a ideia de consolidar o “Furacão do Oeste”, uma das alcunhas
da Chapecoense, no cenário nacional e continental.
Nesse planejamento está incluído chegar à final da Copa
Sul-Americana e disputar uma vaga na Copa Libertadores da próxima
temporada via Campeonato Brasileiro. “O primeiro objetivo já foi
conquistado e continuamos vivos na luta pelo G6 do Brasileirão”,
afirmou.
Atualmente, a Chapecoense ocupa na nona colocação do Campeonato
Brasileiro e está a três pontos do Botafogo, clube que abre a zona de
classificação para a Libertadores do ano que vem.
Em entrevista ao NOVO, concedida na sexta-feira passada, por
telefone, Gil contou detalhes do clima da cidade de Chapecó dois dias
após o time conquistar, de forma heróica, uma vaga na decisão da
Sul-Americana; criticou a exigência da Conmebol de proibir a realização
de finais em estádios com capacidade inferior a 40 mil lugares; e se
disse confiante na conquista do título continental.
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