sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Jihadistas presos na França fariam atentado em 1º de dezembro. O promotor de Paris confirmou que os cinco detidos tinham recebido as mesmas instruções do mesmo interlocutor do Estado Islâmico

TERRORISMO
Os quatro supostos terroristas detidos em Estrasburgo no fim de semana passado preparavam um atentado na França para o próximo dia 1º de dezembro e, assim como outro detido em Marselha na mesma operação, recebiam instruções do Estado Islâmico (EI) da Síria ou do Iraque para obter armas e explosivos.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira em entrevista coletiva pelo promotor de Paris, François Molins, que afirmou que não foi possível estabelecer o objetivo desse atentado. Molins confirmou que os cinco detidos tinham recebido as mesmas instruções do mesmo interlocutor do EI.

Segundo a imprensa francesa, um dos quatro homens capturados em Estrasburgo, que eram amigos há bastante tempo e se comunicavam por uma rede fechada através de uma linha telefônica específica, confessou aos policiais que entre seus alvos estavam centros de comando da polícia na região de Paris.

Molins afirmou que os cinco, detidos em uma operação policial na madrugada de domingo, devem ser apresentados hoje perante juízes e ser acusados de preparar ações terroristas, aquisição, posse e transporte de armas, e previsivelmente terão a prisão provisória solicitada.

Os quatro presos em Estrasburgo têm entre 36 e 37 anos e são franceses, embora dois deles tenham dupla nacionalidade, um da Tunísia e outro do Marrocos.

Foram confiscadas armas (basicamente pistolas e munição), mas também documentos em papel e no computador que põem em evidência seus vínculos com o EI, pois glorificavam a ideia de morrer como mártires e juravam lealdade a esta organização, além de proferir “ameaças” contra a França.

Além disso, o marroquino detido em Marselha (identificado como Hicham E, de 46 anos) também recebia instruções de um interlocutor que se situa na zona controlada pelo EI na Síria e Iraque, para ter acesso às armas.

De fato, Hicham E., que era residente em Portugal desde 2013, tinha viajado nos últimos anos pela Europa com documentação falsa, não tinha domicílio fixo na França e levava, ao ser detido em Marselha, 4.281 euros que os investigadores acreditam que seriam usados para comprar armas.

Em um computador apreendido na residência de um dos detidos em Estrasburgo, havia um texto no qual se falava da possibilidade de uma entrega de armas, assim como indicações com coordenadas de GPS para se dotar de armamento e munição.

Dois dos supostos terroristas da célula de Estrasburgo, Hicham M. e Yacine B., foram detectados na fronteira da Turquia com a Síria em março de 2015, em uma viagem que realizaram passando pelo Chipre. O marroquino detido em Marselha também esteve nessa fronteira e foi expulso da Turquia no verão de 2015 por ter tentado entrar na Síria.

O promotor Molins insistiu que os elementos disponíveis provam que os cinco eram “teleguiados” desde as áreas dominadas pelo EI na Síria e Iraque, embora tenha reconhecido que por enquanto não há elementos que demonstrem que os presos em Estrasburgo tinham mantido contatos diretos com o detido em Marselha.

(Com EFE)

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