SALDO
Raniere Barbosa, presidente da CMN, ao lado dos vereadores Luiz Almir e Ney Lopes Jr.
Com 23 vetos na pauta do dia, a sessão ordinária desta quarta-feira
(31), na Câmara Municipal de Natal, foi dedicada ao debate sobre os
pareceres contrários do Executivo que impedem a execução dos projetos de
lei aprovados pelo Legislativo. Parte desses vetos perderam a validade,
porque foram motivados por leis que já venceram. Durante a sessão de
terça-feira (30), os parlamentares formaram duas comissões, uma composta
pela base governista e outra pela bancada oposicionista, a fim de
sistematizar e dinamizar a votação dessas matérias.
Ao todo os
edis derrubaram 13 vetos; outros dez foram mantidos. Dentre os projetos
preservados, destaque para dois textos de autoria do vereador Sandro
Pimentel (PSOL): um que dispõe sobre a avaliação periódica da estrutura
física das escolas da rede municipal de ensino e outro que estabelece a
utilização de espaços da cidade para arte do grafite. “O prefeito veta
praticamente tudo que chega às mãos dele. Falta sensibilidade e sobra
arrogância na gestão de Carlos Eduardo Alves”, criticou Sandro.
Também
foi mantida uma iniciativa do ex-vereador Hugo Manso sobre a reserva de
vagas de empregos para mulheres vítimas de violência doméstica e
familiar nas empresas prestadoras de serviços junto ao Município. “A
derrubada desse veto representa uma manifestação de consideração às
heroínas do cotidiano: as mulheres. Donas de casa, mães, profissionais
mantenedoras das famílias brasileiras. Então, nada mais justo que
ampliar a rede de proteção do Poder Público”, defendeu a vereadora
Eleika Bezerra (PSL), que subscreveu a proposição.
O presidente da
Casa, vereador Raniere Barbosa (PDT), elogiou a produção legislativa do
plenário, que conseguiu encerrar a agenda de vetos em apenas um dia.
“Com isso, estamos cumprindo rigorosamente o que manda o Regimento
Interno, haja vista que a votação dos impedimentos precede a apreciação
de novos projetos. Este era o motivo do trancamento da pauta, que agora
volta ao normal”.
Por sua vez, a vice-líder da base governista,
vereadora Nina Souza (PEN), disse que a Câmara deu um exemplo de
maturidade democrática no decorrer das discussões sobre os vetos.
Segundo ela, todas as bancadas participaram ativamente dos trabalhos.
“Nessas
horas, sigla partidária e cor de bandeira não tem peso na decisão,
porque todos os projetos importantes foram preservados, independente da
autoria ser de um parlamentar da oposição ou situação. O que importa são
os benefícios que essas matérias geram para a população”, observou,
lembrando que as comissões precisam dar mais celeridade à tramitação dos
processos a fim de evitar acúmulo de impedimentos na fila para votação.
Emendas impositivas
O
não cumprimento das emendas impositivas também repercutiu no plenário.
Trata-se do orçamento impositivo para as emendas parlamentares, sendo o
Executivo obrigado a executar as matérias encartadas pelos legisladores
nas peças orçamentárias. Não obstante, os vereadores evocaram seus
direitos e prerrogativas – 1% da receita tributária municipal que
normalmente é destinado para essas demandas.
“Ficou acordado, nas
reuniões que tivemos com a equipe administrativa da prefeitura, que pelo
menos metade do valor das emendas impositivas seria quitada. Todavia, o
tempo passa e nada acontece. Estamos cobrando a solução desse impasse
porque somos cobrados nas comunidades, que aguardam melhorias na
infraestrutura dos bairros através das nossas emendas”, afirmou a
vereadora Júlia Arruda (PDT).
Em resposta, o vereador Ney Lopes
Júnior (PSD), líder da bancada governista, lembrou da crise financeira
enfrentada pelo país que diminuiu, de forma significativa, a capacidade
de investimento do município. “Mas o governo está fazendo todo um
esforço para cumprir as emendas, dentro das possibilidades que o
orçamento permite”, concluiu.
(AgoraRN)
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