sexta-feira, 2 de junho de 2017

Neto de Garrincha nega sumiço de corpo: ‘Grande farsa.’ Segundo Luiz Marques, restos mortais do ídolo do futebol mundial permanecem em sua sepultura, em Magé, na Baixada Fluminense

NETO NEGOU TUDO
 Manuel Francisco do Santos, o ex-jogador Garrincha
 Garrincha lutou contra o alcoolismo até sua morte, em 1983 (Rodolpho Machado/Dedoc)

Um neto do ex-jogador Garrincha negou a informação dada por outros familiares de que os restos mortais do ídolo do Botafogo e da seleção brasileira estariam desaparecidos. Segundo Luiz Marques, a notícia não passa de uma “grande farsa”, criada por “uma filha que apareceu há pouco tempo”.

A notícia do sumiço do corpo de Garrincha foi divulgada pelo diário Extra, que ouviu uma filha e um primo do ex-jogador, na manhã de quarta-feira. A prefeitura de Magé, cidade natal do bicampeão mundial (1958 e 1962), admitiu não saber ao certo onde estavam os restos mortais de Garrincha, mas acredita que os ossos não saíram do Cemitério municipal de Raiz da Serra, no distrito de Pau Grande, em Magé, onde o ex-atleta foi sepultado em 1983. 

O prefeito de Magé, Rafael Tubarão (PPS) prometeu bancar a exumação e exame de DNA com o intuito de “reencontrar” os restos mortais de Garrincha. No entanto, segundo o neto do ex-jogador, os ossos permanecem onde sempre estiveram. “Isso não passa de uma grande farsa, uma grande mentira”, afirmou Luiz Marques, de 31 anos. “Essa notícia é maldosa, de uma filha que apareceu há pouco tempo. Está nos trazendo um transtorno muito grande.”

Responsável por um projeto social que leva futebol para 1.500 crianças na Vila Cruzeiro, no Rio, Luiz disse que recebeu diversas mensagens de amigos preocupados com a notícia. “Fiquei sabendo disso pela imprensa, mas tenho certeza absoluta de que os ossos do meu avô continuam no mesmo lugar de sempre.”

Lucas se refere a um túmulo simples no quase abandonado cemitério Raiz da Serra, em Magé, que possui muitas sepulturas deterioradas e sacos de lixo com ossadas depositadas em um mesmo local. O túmulo de Garrincha, ao menos o original, é simples e todo branco. Tem o ano de seu falecimento grafado erroneamente – 20 de janeiro de 1985, dois anos depois da dara correta. Além disso, outra lápide informa que naquele mesmo jazigo está enterrada uma criança de dez anos, morta em 1955. Ela seria parente do ex-jogador.

Segundo Luiz Marques, é lá que estão depositados os ossos de Garrincha. “Conversei com um coveiro que sempre morou ao lado do cemitério e ele me disse ter certeza de que ninguém mexeu na sepultura. Sem contar que é uma cidade pequena, todo mundo saberia.”

Um mausoléu dedicado ao craque do Botafogo e da seleção brasileira foi construído em 1985 no mesmo cemitério por um ex-prefeito da cidade. A ideia, à época, era depositar ali os ossos de Garrincha, mas a família do ex-jogador não permitiu. Assim, o local ficou largado à própria sorte e também se encontra em estado de abandono.

Sobre a confusão em relação à suposta mudança de local dos restos mortais do ex-jogador, Luiz afirmou que ela será discutida em uma reunião com todos os familiares na próxima semana. “Vamos decidir se aceitamos ou não a exumação, mas por mim não será preciso. Sei onde está enterrado meu avô”, declarou. A filha Rosângela Cunha Santos, que concedeu entrevista ao Extra, não foi localizada.

(com Estadão Conteúdo)

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