Sessão da Câmara nesta quarta analisa a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva (Adriano Machado/Reuters)
O Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira traz a exoneração de dez ministros do Poder Executivo. Todos com mandato de deputado federal, eles se licenciaram dos cargos para retornar à Câmara e votar pelo arquivamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB). Depois da votação, eles reassumem as pastas.
Veja quais ministros reassumem na Câmara:
Antônio Imbassahy (PSDB-BA), Secretaria de Governo
- afasta: Marcos Medrado (Pode-BA)
- afasta: Carlos Eduardo Cadoca (PDT-PE)
- afasta: Creuza Pereira (PSB-PE)
- afasta: Severino Ninho (PSB-PE)
- afasta: Jones Martins (PMDB-RS)
- afasta: Wilson Beserra (PMDB)
- afasta: Alberto Filho (PMDB)
- afasta: Assis Melo (PCdoB)
- afasta: Rosinha da Adefal (PTdoB-AL)
- afasta: Nivaldo Albuquerque (PRP-AL)
Apesar do Palácio do Planalto afirmar que já tem os votos necessários na Câmara, os ministros vão reforçar o placar a favor de Temer, que depende de apenas 172 apoios para engavetar o processo. A oposição, no entanto, precisa de, no mínimo, 342 votos para conseguir afastar o presidente. O governo tem evitado falar abertamente em números, mas auxiliares de Temer garantem que há pelo menos 250 votos a seu favor.
A exoneração dos ministros integra forte ofensiva de Temer nos últimos meses em busca de apoio para derrubar a denúncia. A estratégia inclui entrega de cargos, liberação de emendas parlamentares e atendimento a pleitos legislativos de determinados grupos. Ontem, o presidente formalizou o lançamento do Refis do Funrural de olho na bancada ruralista.
As articulações de Temer parecem funcionar. O presidente obteve até o auxílio de dois governadores do PT. O governador da Bahia, Rui Costa, exonerou dois secretários para retomar seus mandatos na Câmara e marcar abstenção na votação. Já o do Piauí, Wellington Dias, colaborou ao não exonerar uma secretária, deixando que o suplente dela na Casa vote a favor do presidente. Ainda na Bahia, Temer contou com ajuda do senador Otto Alencar, que preside o PSD no Estado. Crítico de Temer, Alencar liberou os cinco deputados baianos da sigla a votar como quiserem.
(Com Estadão Conteúdo)
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