sábado, 5 de agosto de 2017

‘Isso vai dar m… com Michel’, disse Cunha sobre acerto com Joesley. Troca de mensagens entre o ex-deputado e Henrique Alves em 2012 foi encaminhada pela PF ao STF

BRASIL, POLÍTICA
 Michel Temer e Eduardo Cunha
 Michel Temer e Eduardo Cunha - 28/06/2016 (Antonio Cruz/Agência Brasil)


A Polícia Federal encaminhou para o Supremo Tribunal Federal (STF) conversas mantidas por mensagens de texto entre os então deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves, ambos do PMDB, em período próximo às eleições de 2012. Os diálogos citam o então vice-presidente Michel Temer e, segundo a PF, podem tratar, de maneira cifrada, de propina do Grupo JBS ao partido. Alvos da Operação Lava Jato, Cunha e Alves estão presos preventivamente. O relatório se baseia em mensagens dos celulares de ambos.

De acordo com o relatório, em uma das conversas Henrique Alves narra que teria acertado com Joesley Batista que, de três “convites”, um seria destinado ao Rio Grande do Norte, reduto eleitoral de Alves. Cunha reage afirmando que “isso vai dar m… com Michel”. Para a PF, “a utilização do termo ‘convites’ pode ser uma tentativa de mascarar uma atividade de remessa financeira ilegal”.

“Joes aqui. Saindo. Confirme dos 3 convites, 1 RN 2 SP! Disse a ele!”, teria dito Henrique Eduardo Alves. “Ou seja ele vai tirar o de sao paulo para dar a vc? Isso vai dar merda com michel”, teria respondido Cunha.

A PF conclui que “Joes” seria Joesley Batista e que “michel” seria Michel Temer. “A hipótese seria que três repasses originados do acerto com o grupo JBS fossem relacionados a Michel Temer, lembrando que era um momento eleitoral, porém houve a intervenção de Henrique Alves para que um fosse direcionado ao Rio Grande do Norte, fato que poderia gerar alguma indisposição com Michel Temer, segundo Eduardo Cunha.”

O Palácio do Planalto e a defesa de Eduardo Cunha informaram que não vão comentar o relatório. Henrique Alves ainda não se manifestou. O empresário Joesley Batista disse por meio de sua assessoria que continua à disposição para cooperar com a Justiça.

(Com Estadão Conteúdo)

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