BRASIL, POLÍTICA
Michel Temer e Eduardo Cunha - 28/06/2016 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
A Polícia Federal encaminhou para o Supremo
Tribunal Federal (STF) conversas mantidas por mensagens de texto entre
os então deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves,
ambos do PMDB, em período próximo às eleições de 2012. Os diálogos
citam o então vice-presidente Michel Temer e, segundo a PF, podem
tratar, de maneira cifrada, de propina do Grupo JBS ao partido. Alvos da
Operação Lava Jato, Cunha e Alves estão presos preventivamente. O
relatório se baseia em mensagens dos celulares de ambos.
De acordo com o relatório, em uma das conversas Henrique
Alves narra que teria acertado com Joesley Batista que, de três
“convites”, um seria destinado ao Rio Grande do Norte, reduto eleitoral
de Alves. Cunha reage afirmando que “isso vai dar m… com Michel”. Para a
PF, “a utilização do termo ‘convites’ pode ser uma tentativa de
mascarar uma atividade de remessa financeira ilegal”.
“Joes aqui. Saindo. Confirme dos 3 convites, 1 RN 2 SP!
Disse a ele!”, teria dito Henrique Eduardo Alves. “Ou seja ele vai tirar
o de sao paulo para dar a vc? Isso vai dar merda com michel”, teria
respondido Cunha.
A PF conclui que “Joes” seria Joesley Batista e que “michel”
seria Michel Temer. “A hipótese seria que três repasses originados do
acerto com o grupo JBS fossem relacionados a Michel Temer, lembrando que
era um momento eleitoral, porém houve a intervenção de Henrique Alves
para que um fosse direcionado ao Rio Grande do Norte, fato que poderia
gerar alguma indisposição com Michel Temer, segundo Eduardo Cunha.”
O Palácio do Planalto e a defesa de Eduardo Cunha informaram
que não vão comentar o relatório. Henrique Alves ainda não se
manifestou. O empresário Joesley Batista disse por meio de sua
assessoria que continua à disposição para cooperar com a Justiça.
(Com Estadão Conteúdo)
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