CARAVANA AGREDIDA
Manifestantes jogam ovos e pedras na comitiva do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), na chegada da 'Caravana Lula Pelo Brasil' ao
município de São Miguel do Oeste, interior de Santa Catarina -
25/03/2018 (Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
A caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi atacada com pedras e ovos por manifestantes contrários ao petista durante a passagem por São Miguel do Oeste (SC), na tarde deste domingo, 25. Lula participou de manhã de um ato com agricultores familiares em Nova Erechim (SC). Durante o evento, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, alertou para a presença de manifestantes contrários ao ex-presidente em São Miguel do Oeste.
As pedradas chegaram a trincar os vidros de dois dos três
ônibus que integram a caravana, entre eles o veículo em que Lula
viajava. Cerca de trinta manifestantes fecharam o trevo de acesso à
cidade. Quando a caravana parou, os limpadores de para-brisas dos ônibus
foram arrancados, diversos ovos atirados contra os vidros dos veículos
e, depois, as pedras. Um dos ovos atingiu o carro da reportagem do
jornal O Estado de S. Paulo.
“O que aconteceu foi um atentado criminoso. Poderia ter
acontecido uma tragédia. O motorista ficou sem visibilidade”, disse o
deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara. Alguns metros adiante, policiais militares acompanharam mas não interferiram na manifestação.
Os protestos violentos e tentativas de bloquear a passagem
da comitiva do petista tem marcado a caravana de Lula pena região Sul,
iniciada segunda-feira, em Santana do Livramento (RS). O
ex-presidente foi obrigado a alterar o itinerário da viagem, fazer
viagens de avião (a previsão inicial era de usar apenas ônibus) e
impedido de entrar em Passo Fundo (RS).
No sábado à noite, em Chapecó (SC), houve
confronto entre manifestantes anti-Lula e militantes petistas que
participavam de um ato na praça central da cidade. Integrantes da
caravana acusam a participação de grupos de extrema-direita apoiadores
do deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
Em Florianópolis, Lula ressaltou que os
participantes das atividades da caravana são “gente da paz” mas disse
que eles devem “retribuir” as agressões sofridas. Em Chapecó, Lula falou
em “dar porrada”.
“Nós não podemos permitir que pessoas sejam espancadas
enquanto esperamos que a polícia cumpra seu papel. Se a polícia não pode
garantir a segurança da caravana, que nos diga”, afirmou Pimenta.
Segundo ele, uma ideia é agregar outros dois ônibus com militantes à
caravana para contrapor às manifestações contrárias.
(Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
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