Lixo, mato, lama, escuridão e pragas urbanas compõem o cenário atual do
túnel de pedestres do bairro Igapó, na Zona Norte de Natal. O espaço
público, que deveria facilitar o deslocamento da população, gera
insegurança e faz os moradores se arriscarem na travessia da avenida
João Medeiros Filho, a mais movimentada da região, para evitar seguir
pelo túnel.
Pessoas que transitam nos arredores do viaduto dizem que o túnel antes
era limpo, e tinha iluminação e câmeras de segurança, mas que, pouco
tempo depois da inauguração, os equipamentos foram quebrados e furtados.
Além disso, o espaço tornou-se um ambiente para práticas de atos
ilícitos.
"Hoje esse túnel só é utilizado para consumo de drogas e para fazer
sexo", disse o taxista Júnior Bernardino, que há sete anos trabalha em
um ponto de táxi que fica ao lado da construção. Ainda segundo o
taxista, um posto da Polícia Militar, na entrada do túnel, está fechado
há mais de dois anos, contribuindo para a insegurança do local.
Com isso, os pedestres precisam se arriscar e atravessar a avenida entre
os veículos. "Tem acidente direto aí. O povo vai atravessar e acaba
sendo atropelado. Só daqui do bairro morreram três pessoas tentando
passar de um lado pro outro", disse Carmen Gomes, que há 37 anos mora no
bairro Igapó. Ela defende que a revitalização do túnel poderia evitar
as tragédias.
No escuro e sem segurança, o túnel deu lugar a um depósito de lixo e
criadouro de pragas urbanas, como ratos, baratas e mosquitos. "É uma
imundice só. Tem de tudo aí dentro. Tronco de árvore, pneu, fezes,
bicho... Sem falar que também virou motel", afirma Elizângela Silva,
também moradora do bairro.
Por o túnel ser localizado sob uma via estadual, o G1
procurou a Secretaria de Infraestrutura do Rio Grande do Norte, que
informou ser o Departamento de Estradas de Rodagens (DER) responsável
pelo assunto. O órgão, por sua vez, disse através da assessoria de
imprensa que vai se pronunciar sobre a situação do túnel após uma
reunião na manhã desta quinta-feira (15).
(Por Lucas Cortez, G1 RN)
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