ECONOMIA
A tabela de preços mínimos foi uma das medidas estabelecidas pelo
governo federal para encerrar a paralisação do setor (Miguel
Schincariol/AFP)
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira, 27, audiência pública para discutir a política de preços mínimos do transporte rodoviário
de cargas. A reunião foi convocada pelo ministro Luiz Fux, relator de
três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) que questionam o
tabelamento do frete. Ele só deve tomar uma decisão sobre as ações após
ouvir os interessados.
Os preços mínimos foram definidos pela Medida Provisória 832/2018
(convertida na Lei 13.703/2018) e pela Resolução 5820/2018, da Agência
Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), que regulamentou a medida.
As ADIs foram ajuizadas pela Associação do Transporte Rodoviário do
Brasil (ATR Brasil), que representa empresas transportadoras, pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
As entidades alegam que a tabela fere os princípios constitucionais
da livre concorrência e da livre iniciativa, sendo uma interferência
indevida do governo na atividade econômica.
A audiência está marcada para 14h, na Sala de Sessões da Primeira
Turma do STF. Serão ouvidos dois oradores indicados por órgãos
governamentais e por entidades de classe.
A tabela de preços mínimos foi uma das medidas estabelecidas pelo
governo federal, em benefício dos caminhoneiros, para encerrar a
paralisação do setor, ocorrida em maio.
Algumas entidades da classe, entre elas a Associação Brasileira dos
Caminhoneiros (Abcam), defendem melhorias na medida estabelecida pela
ANTT, como a adoção de uma tabela mínima de frete regionalizada.
Alguns setores produtivos, em especial do agronegócio, já avaliam
alternativas para transporte de suas cargas, como o aluguel e a
aquisição de frota própria. A justificativa é o aumento dos custos após o
tabelamento do frete.
O grupo JBS, por exemplo, já fez a aquisição de 360 caminhões para
reforçar sua frota própria de veículos. A Cargill também sinalizou que
deve fazer o mesmo, assim como os próprios produtores de grãos.
A Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut),
mesmo contra o tabelamento do frete, defende que, caso seja feito,
respeite as diferenças regionais. Além disso, deve ser mais atraente ao
mercado, já que existem cadeias produtivas em que os produtos têm baixo
valor agregado.
Entre os meses de julho e agosto, a ANTT realizou uma tomada de
propostas para colher sugestões para o aprimoramento da metodologia e
parâmetros para a elaboração da tabela de frete.
Nenhum comentário:
Postar um comentário