Rio - A candidata da
Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta quinta-feira
que fará um "governo de transição", assim como o ex-presidente Itamar
Franco (MDB). Em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, defendeu
que "liderar não é ter todo mundo embaixo do mesmo guarda-chuva" e
repetiu que governará com os melhores.
"Eu vou ser um governo de transição. Durante quatro
anos, eu vou governar este país para que a gente possa combater a
corrupção, fazer ele crescer e ser um país justo para todas as pessoas",
afirmou. A ex-ministra defende uma reforma política com o fim da
reeleição e mandatos de 5 anos para presidentes.
Itamar Franco assumiu o Brasil em 1992, após o
impeachment do então presidente Fernando Collor. Durante sua gestão, fez
um plebiscito sobre a forma de governo do país, quando então prevaleceu
a república presidencialista.
"Liderar não é ter todo mundo embaixo do mesmo
guarda-chuva. Ninguém nunca experimentou isso. Aliás, um experimentou:
Itamar Franco", disse. O ex-presidente emedebista, segundo Marina,
assumiu "numa situação parecida com esta", por não ter base e conseguir
juntar pessoas de diferentes partidos para uma transição. A ex-ministra
do Meio Ambiente tem apenas o partido de seu vice, Eduardo Jorge (PV),
na coligação.
Marina foi a quarta entrevistada pelo "Jornal Nacional" da TV Globo.
A bancada de entrevistados lembrou que o partido da
candidata, a Rede, criado em 2015, já teve mais de uma debandada e
questionou se ela teria capacidade de liderança.
"Liderar não é ser dono do partido, Bonner. Liderar é
ser capaz de dialogar com diferentes", disse a candidata, repetindo que
governará com os melhores.
O apresentador do programa questionou a liderança da
candidata, ao lembrar que parlamentares do partido votaram
contrariamente ao impeachment em 2016, apesar de a Rede se posicionar
favoravelmente.
'Não quero um país de exceção'
Ao final do programa, a ex-senadora teve um minuto,
como os demais candidatos. Ela defendeu que muitas pessoas a admiram
como uma exceção, mas disse que não quer um País assim.
"Muitas vezes, as pessoas me admiram como ser uma
exceção. Não quero um país de exceção, quero um país de regras", afirmou
Marina.
"Sei que muita gente acha que uma pessoa com minha
origem não tem capacidade pra ser presidente. Estou aqui trazendo mais
que um discurso eu trago uma trajetória, compromisso de construir um
País que seja justo e bom para todos: para empresários, para
trabalhadores, para classe média, jovens, mulheres".
(por: Estadão Conteúdo)
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