terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Sergio Moro prevê criação de posto de ombudsman no governo Bolsonaro. Cargo deve servir para ouvir denúncias de empresários que tenham recebido pedidos de propina

NOVO GOVERNO
 
 Sergio Moro, futuro ministro da Justiça, chega no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), sede da equipe do governo de transição - 04/12/2018  (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Justiça Sergio Moro afirmou a VEJA, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, que sugerirá ao ministro da Economia Paulo Guedes a criação de um posto de ombudsman para atender o setor privado. O objetivo é que o cargo sirva para receber denúncias de empresários que tenham recebido pedidos de propina de agentes públicos e queiram denunciá-los.  “Ainda precisamos ver como isso poderia ser feito. Mas vou sugerir ao Paulo Guedes. Nós já temos ombudsman em órgãos públicos. Mas essa pode ser uma opção interessante”, disse Moro.

A medida teria como objetivo não apenas combater a corrupção, mas também fomentar o controle interno da conduta de servidores. A medida já foi aplicada em países como Colômbia e Ucrânia. Diferentemente de uma denúncia criminal, a denúncia ao ombudsman serviria como medida de contingência, prevenindo focos de desvios antes de se concretizarem. 

Segundo Moro, o setor privado terá papel fundamental no combate à corrupção após a Lava Jato. O ministro citou o exemplo do grupo de empresários sicilianos que fundaram o movimento “Adio Pizzo” (adeus extorsão) para denunciar o pagamento de propina à máfia italiana. 

“O setor privado tem grande responsabilidade nisso. Não só eles deveriam fazer a coisa certa, mas também se unir para censurar quem tomar atitudes erradas”, afirmou, durante o painel “Restaurando a confiança”, do qual participou, em Davos, na manhã desta terça-feira 22.


(Por Ana Clara Costa/Veja.com.br)

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