NOVO GOVERNO
Sergio Moro, futuro ministro da Justiça, chega no Centro Cultural Banco
do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), sede da equipe do governo de
transição - 04/12/2018 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ministro da Justiça Sergio Moro afirmou a VEJA, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, que sugerirá ao ministro da Economia Paulo Guedes a criação de um posto de ombudsman
para atender o setor privado. O objetivo é que o cargo sirva para
receber denúncias de empresários que tenham recebido pedidos de propina
de agentes públicos e queiram denunciá-los. “Ainda precisamos ver como
isso poderia ser feito. Mas vou sugerir ao Paulo Guedes. Nós já temos
ombudsman em órgãos públicos. Mas essa pode ser uma opção interessante”,
disse Moro.
A medida teria como objetivo não apenas combater a
corrupção, mas também fomentar o controle interno da conduta de
servidores. A medida já foi aplicada em países como Colômbia e Ucrânia.
Diferentemente de uma denúncia criminal, a denúncia ao ombudsman
serviria como medida de contingência, prevenindo focos de desvios antes
de se concretizarem.
Segundo Moro, o setor privado terá papel fundamental no combate
à corrupção após a Lava Jato. O ministro citou o exemplo do grupo de
empresários sicilianos que fundaram o movimento “Adio Pizzo” (adeus
extorsão) para denunciar o pagamento de propina à máfia italiana.
“O setor privado tem grande responsabilidade nisso. Não só eles
deveriam fazer a coisa certa, mas também se unir para censurar quem
tomar atitudes erradas”, afirmou, durante o painel “Restaurando a
confiança”, do qual participou, em Davos, na manhã desta terça-feira 22.
(Por
Ana Clara Costa/Veja.com.br)
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