PRESIDÊNCIA DO SENADO
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata a presidente do Senado (Marcos Oliveira/Agência Senado/Divulgação)
Vista como uma espécie de “plano B” do MDB, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) decidiu se antecipar e oficializou, nesta segunda-feira 21, sua intenção de disputar contra o senador Renan Calheiros
(MDB-AL) a preferência da bancada do partido para eleição de presidente
do Senado. Renan é um dos nomes fortes para a disputa, mas considerado
parlamentar hostil ao governo Jair Bolsonaro.
Simone conversou com o presidente do MDB, Romero Jucá (RR), e
comunicou suas intenções no fim da tarde desta segunda-feira. O
movimento não estava previsto até a semana passada e a senadora era
tratada como uma espécie de alternativa a Renan, já que ele sofre
resistência de parte da opinião pública por estar identificado com a
“velha política”. Em nota na qual anunciou sua decisão, Simone faz
referência justamente ao “recado das urnas”, em tom de contraposição à
candidatura do alagoano.
“Coloco minha candidatura em defesa da independência, da autonomia,
da soberania do Senado, que será a ponte de travessia para todas as
saídas econômicas, sociais, regionais e políticas para o País. É preciso
resgatar e fortalecer o papel constitucional do Senado Federal. Além
disso, devemos absorver o recado das urnas, que clamou por renovação na
política e, consequentemente, no Senado”, disse em nota.
“É um novo tempo, são novos ventos. É hora de olhar para a frente e
nos reinventarmos, sob pena de sucumbirmos. Há um clamor por renovação.
Por isso, coloco a minha candidatura na bancada”.
A bancada do MDB irá decidir se indica Renan, Simone ou eventuais
outros candidatos do partido a partir da próxima terça-feira 29, quando
os emedebistas vão iniciar o debate para saber quem é a melhor opção. Ao
todo, o MDB terá doze parlamentares a partir de 2019 e, atualmente, a
bancada estaria dividida.
Até a semana passada, interlocutores de Simone enxergavam uma leve
vantagem para Renan, mas agora dizem que o cenário oscila entre empate
ou vantagem para ela. “Sabemos da importância que o Senado terá na
travessia desse novo momento pelo qual o País está atravessando”,
complementa a nota.
A candidatura de Simone é vista com simpatia até mesmo por
candidaturas lançadas em oposição a Renan. O senadores Major Olímpio
(PSL-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) já chegaram a declarar que podem
abrir mão de suas candidaturas ao comando da Casa se o MDB optar pelo
nome da senadora do Mato Grosso do Sul.
Mais cedo, Renan usou o Twitter para dizer que não tem intenção de
ser novamente presidente do Senado Federal. “Os alagoanos me reelegeram
para ser um bom senador, não presidente”, afirmou. “Já fui várias vezes
(presidente do Senado), em momentos também difíceis. A decisão caberá à
bancada, e temos outros nomes”, escreveu Renan, que já presidiu a Casa
por quatro vezes.
(Por
Estadão Conteúdo)
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