quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Quatro envolvidos em chacina no Pará são mortos durante transferência. Segundo o governo do Estado, eles estavam algemados em celas dentro do caminhão e foram assassinados por asfixia; número de mortos chega a 62

REBELIÃO NO PARÁ
 
 Polícia realiza transferência de presos de Altamira para Belém (Raimundo Pacco/AP)

Quatro presos que estariam envolvidos no massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, ocorrido na segunda-feira 29, foram mortos por sufocamento dentro do caminhão-cela durante a transferência para unidades de Belém.

Com os assassinatos, o número de vítimas no ataque chega a 62 — a maior chacina relacionada a presídios do país neste ano e a maior desde as 111 mortes no massacre ocorrido no complexo do Carandiru, em 1992. Ao todo, trinta presos estavam no veículo e todos haviam sido removidos de Altamira por suposta participação no ataque da facção local Comando Classe A (CCA) contra integrantes do rival Comando Vermelho (CV).

Em nota, o governo do Pará afirma que apura as circunstâncias das mortes. “Eram da mesma facção e viviam juntos nas mesmas celas. Foram comparsas no confronto entre facções”, diz o comunicado do governo Helder Barbalho (MDB).

As mortes aconteceram no caminho entre as cidades de Novo Repartimento e Marabá, em horário estimado entre as 19 horas de terça-feira 30 e 1 hora desta quarta-feira, 31. “Durante o transporte, estavam algemados, divididos em quatro celas. A capacidade das celas era para até quarenta presos, e trinta eram transportados. O Estado não possui caminhão com celas individuais”, afirma a nota.

Segundo a versão do governo, os responsáveis pela segurança não teriam percebido a ação. “Ao chegar a Marabá, os agentes encontraram quatro presos mortos por sufocamento em duas celas”, alega.  “Todos os 26 presos remanescentes serão colocados em isolamento. As razões deste fato lamentável estão sendo investigadas.”



(Com Estadão Conteúdo)

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