REBELIÃO NO PARÁ
Polícia realiza transferência de presos de Altamira para Belém (Raimundo Pacco/AP)
Quatro presos que estariam envolvidos no massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará,
ocorrido na segunda-feira 29, foram mortos por sufocamento dentro do
caminhão-cela durante a transferência para unidades de Belém.
Com os assassinatos, o número de vítimas no ataque chega a 62 — a
maior chacina relacionada a presídios do país neste ano e a maior desde
as 111 mortes no massacre ocorrido no complexo do Carandiru, em 1992. Ao
todo, trinta presos estavam no veículo e todos haviam sido removidos de
Altamira por suposta participação no ataque da facção local Comando
Classe A (CCA) contra integrantes do rival Comando Vermelho (CV).
Em nota, o governo do Pará afirma que apura as circunstâncias das
mortes. “Eram da mesma facção e viviam juntos nas mesmas celas. Foram
comparsas no confronto entre facções”, diz o comunicado do governo
Helder Barbalho (MDB).
As mortes aconteceram no caminho entre as cidades de Novo Repartimento e
Marabá, em horário estimado entre as 19 horas de terça-feira 30 e 1
hora desta quarta-feira, 31. “Durante o transporte, estavam algemados,
divididos em quatro celas. A capacidade das celas era para até quarenta
presos, e trinta eram transportados. O Estado não possui caminhão com
celas individuais”, afirma a nota.
Segundo a versão do governo, os responsáveis pela segurança não
teriam percebido a ação. “Ao chegar a Marabá, os agentes encontraram
quatro presos mortos por sufocamento em duas celas”, alega. “Todos os
26 presos remanescentes serão colocados em isolamento. As razões deste
fato lamentável estão sendo investigadas.”
(Com Estadão Conteúdo)
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