REUNIÃO MINISTERIAL
Vídeo do Bolsonaro falando de Sérgio Moro - Reprodução/Youtube
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro publicou, neste sábado, trecho da
reunião ministerial de 22 abril em que cobra o então ministro Sergio
Moro em relação à detenções de pessoas feitas em função de quebra do
isolamento social. Esse é o segundo trecho da reunião publicado pelo
chefe do Executivo neste sábado. A gravação é objeto de inquérito que
apura se Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal.
"Senhor
ministro da Justiça, por favor. Foi decidido há pouco tempo que não
podia botar algema em quase ninguém. Por que tão botando algema, em
cidadão que tá trabalhando, ou mulher que tá em praça pública, e a
Justiça não fala nada?", indagou o presidente.
No trecho compartilhado, Bolsonaro insiste que "não pode botar algema"
nas pessoas por "decisão do próprio Supremo (Tribunal Federal)".
Crítico
das medidas de distanciamento social adotadas para conter a pandemia da
covid-19, Bolsonaro justifica em texto que acompanha o vídeo que as
detenções "estão humilhando" o povo.
"Tem que falar, pô! Vai
ficar quieto até quando? Ou eu tenho que continuar me expondo? Tem que
falar, botar pra fora, esculachar! Não pode botar algema! Decisão do
próprio Supremo. E vamos ficar quieto até quando? Fica humilhando nosso
povo, por quê?", diz Bolsonaro no vídeo.
Pela transcrição, Moro
não respondeu o presidente sobre o assunto. O então ministro só se
pronunciou para sugerir que o plano de recuperação social e econômica
Pró-Brasil também abordasse questões de segurança pública e de controle
de corrupção.
O trecho publicado por Bolsonaro não inclui as
partes em que pressiona o ex-ministro sobre não ter informações da
Polícia Federal e não ter conseguido trocar "gente da segurança nossa no
Rio de Janeiro".
Na reunião, o presidente chegou a dizer: "Vai
trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe
dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra
brincadeira."
O sigilo da gravação foi levantado na sexta-feira,
22 de maio, por decisão do ministro Celso de Mello, relator do inquérito
sobre as acusações de Moro envolvendo Bolsonaro.
(Por:Estadão Conteúdo)
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