MINISTRO DA ECONOMIA
Ministro da Economia, Paulo Guedes. fala à imprensa no Palácio do Planalto - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (30) que é preciso
manter os sinais vitais da economia, com continuidade da produção,
durante a pandemia de covid-19. Guedes participou de audiência pública
virtual da Comissão Mista do Congresso de Acompanhamento das Medidas
Relacionadas à Covid-19.
Questionado se o auxílio emergencial
pode ser estendido, caso o período de isolamento social seja maior que o
previsto, Guedes disse que não adiantaria dar ajuda por mais tempo se a
produção não for mantida. “Temos que pensar o outro lado também. Se a
produção for interrompida, quanto mais dinheiro você der, você pode cair
na situação da Venezuela - todo mundo com dinheiro na mão mas as
prateleiras vazias. Então é importante que a produção também exista. Por
isso temos que manter os sinais vitais da economia, como tem sido. A
supersafra está vindo, está chegando na cidade, então você pode dar o
auxílio emergencial que ele vira compra de comida”, respondeu.
Emissão de moeda
Na
audiência pública, Guedes admitiu que o Banco Central pode emitir moeda
como medida de enfrentamento da crise causada pela pandemia. “Se cair
em uma situação em que a inflação vai praticamente a zero, os juros
colapsam, e existe o que a gente chama da armadilha da liquidez,
tecnicamente o Banco Central pode, sim, emitir moeda e pode sim,
recomprar dívida interna. Se a taxa de juros for muito baixa, ninguém
quer comprar título longo e aí pode monetizar a dívida sem que haja
impacto inflacionário. Estamos atentos a todas as possibilidades”,
disse.
Pós-pandemia
Guedes defendeu que
passada a crise gerada pela pandemia, é preciso voltar à agenda de
reformas estruturantes. “Já temos um programa. Ao acelerar as reformas, a
retomada do crescimento vai ser instantânea”, disse.
Questionado
sobre a capacidade de o Brasil atrair capital estrangeiro para investir
no país, Guedes disse que a questão não é se a “reconstrução” será por
recursos externos ou nacionais, apesar da preferência por investimentos
do país. “A questão não é tanto se é capital internacional ou nacional.
Nós queremos o capital nacional”, disse.
O ministro explicou que o
problema é que a capacidade do governo de investir é menor. Por isso, a
necessidade de investimentos privados. “O investimento público caiu
para 1% do PIB [Produto Interno Bruto]. E o investimento brasileiro hoje
é 15% do PIB. Então, Se eu dobrar os investimentos públicos, não vou
conseguir fazer o Brasil crescer. A verdade é que o governo quebrou em
todos os níveis – federal, municipal e estadual. Quando a gente fala que
vai ter que se reerguer pelo capital privado, é porque o governo
quebrou. Depois de 10, 15 anos de expansão descontrolada de gasto
público”, afirmou.
Na audiência pública, Guedes disse ainda que
questões relacionadas à reforma tributária, como imposto sobre grandes
fortunas, devem ser tratadas após a crise da pandemia. “CSLL
[Contribuição Social sobre o Lucro Líquido], imposto sobre grandes
fortunas tudo isso é reforma tributária, é estruturante. Ninguém pode
mexer nisso durante a confusão. Não é a hora”, afirmou.
(Por
Agência Brasil)
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